Nosso Castelo de Cartas

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quinta-feira, 9 de julho de 2009

(O Caminho) - Capítulo 3

O destino da espada


Já não estava ali aquele velho, nem aquele garoto inocente. Agora eles voltaram a ser Aaron e Faon. E ninguém poderia prever o futuro daquela batalha.
Limitações físicas eram praticamente inexistentes naquela batalha, predestinada pelos deuses, era uma luta perfeita, nem ofensiva, nem defensiva. E é impossível descrever a velocidade ou a força dos golpes.
A espada de Rubi de Aaron atacava Faon como um relâmpago de luz vermelho e rugia como uma besta selvagem com o som produzido quando cortava o ar. Segurando a espada com as duas mãos Aaron atacou de frente descendo a espada, perfurando, cortando pela direita ou pela esquerda, saltando, todos seu movimentos eram perfeitos. Seqüências de dezenas de movimentos rápidos como uma dança, como se fossem um só; movimentos os quais apenas um seria suficiente para matar qualquer adversário.
Mas ele não estava enfrentando qualquer adversário. O homem que ele enfrentava desviava de seus golpes de espada tão naturalmente como respira um recém-nascido ao dormir, ou tão naturalmente como uma águia desce da montanha diretamente a sua presa sem olhar pra nada, só o alvo, apenas o alvo, e olhando só o alvo, ela consegue ver tudo ao seu redor.
É Daima, aquele jovem garoto que nunca havia treinado nenhum tipo de batalha acabara de morrer. Faon havia retornado para cumprir seu destino, e tão importante era este que levou Faon a retornar tão rápido, algo que não acontecia normalmente. Era como se o destino de Faon tivesse ficado pela metade, e os deuses o fizeram voltar imediatamente para cumpri-lo, a natureza o colocou de volta ao seu lugar. Seu lugar era na frente daquele homem.
Aqueles que tem olhos de pessoas comuns veriam um garoto é um velho com uma espada na mão. Aqueles que tem olhos de guerreiros, olhos de águia, veriam dois grandes sábios guerreiros que moldaram o destino da humanidade travando uma batalha divina.
Vontade, força de espírito determinaria aquela batalha. A floresta da ilha sentia o dano dos golpes da espada vermelha de Faon. Em pouco tempo aquela ilha havia se tornado um campo de batalha, era fácil ver isto nas plantas caídas, na terra abalada, e até o mar tremia. Aquela batalha seria infinita, se não fosse por um golpe.
Aaron atacou, com um salto a frente à espada de rubi firme nas duas mãos acima da cabeça, para trás nas costas e em seguida descendo horizontalmente e perfeitamente no centro do rosto de Faon.
Na verdade, no lugar onde o rosto de Faon estava a um segundo atrás. Ele virou-se de lado, fazendo com que a espada atravessa-se o nada e com o salto, e sem impacto Aaron desceu um pouco depois de onde Faon estava há poucos instantes, o pé direito e o joelho esquerdo no chão, a espada de Rubi criou uma vala gigantesca ao encontrar a terra.
Naquele movimento Faon vê claramente Aaron passar por ele, primeiro a espada, o braços, o rosto, as costas. Acabou.
Um único golpe é o suficiente para terminar uma grande batalha, um único golpe para vencer um inimigo. E foi esse golpe que Faon acertou em Aaron. O soco, o soco novamente, o mesmo soco que havia acertado Aaron anos atrás, agora, ele o sentia de novo, e sabia que desta vez seria o último, mas não o último de Faon, mas sim, o de Aaron. Aquele mesmo soco no rosto, que jogou Aaron para trás.
Aaron como todo grande guerreiro que perece em batalha foi derrotado ainda procurando vencer. E mesmo sabendo que seu inimigo via suas costas ele virou-se atacando num giro pela direita com a espada de rubi. Mas já era tarde demais.
Não, não era tarde demais, e qualquer outro adversário teria sucumbido aquela reação rápida de um guerreiro preparado para qualquer situação.
A reação de Aaron foi rápida e precisa. Mas não era qualquer soco que vinha em direção a sua face, aquele era o soco do garoto dos punhos de trovão.
È claro que o Faon jamais atacaria um adversário despreparado pelas costas, e ele já sabia que se não tivesse posto todo seu espírito, toda a sua vontade naquele golpe a espada de Rubi teria o cortado ao meio com o movimento de Aaron. O alvo dele estava claro em sua mente a testa, sim a testa de novo.
O soco do garoto dos punhos de trovão.
Agora o destino se cumpria.
Aaron caiu metros a frente deitado no chão, a espada de Rubi caiu fincada no chão perto de Faon.
- É seu destino Faon, carregar esta espada. Ao longe, foram as últimas palavras de Aaron. Mas seus últimos pensamentos foram - E tomara que o seu destino Daima, seja melhor do que o meu, e que você tenha honra a altura de guiar a espada de rubi no caminho da sabedoria...
Com aquela espada nas mãos, Daima fundou todo um reino, este reino cresceu e prosperou, alargou suas fronteiras derrotando todos os reinos vizinhos, graças a Daima, e a sua espada de rubi, seu exercito era imbatível, o povo tinha sua todo a sua fé e esperança baseada na espada de Daima, o símbolo de todo o reinado. Daima, agora era um poderoso general, ele tinha esperança de mudar o mundo.
Mas ele não era o escolhido.
O reino de Daima prosperou, mas sua era chegou ao fim, naquele fatídico dia, em que o guerreiro invencível, aquele da armadura negra, desafiou o mais poderoso dos guerreiros, Daima, para mostrar que a vontade, pode destruir qualquer espada...
Não, aquela batalha não estava acabada.

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