Nosso Castelo de Cartas

Nosso Castelo de Cartas

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

The walking bird

Someday I was wandering
and I stopped for a second
I sat by the grass and watched
A bird passing by
I was surprised when I noticed
That a flying bird decided
to spent his morning
walking.
I lost track of time
Lost myself
In the walking bird
I don't know how much time
I spent there
However the bird
Would never fly

I came back home this day
Wondering why wouldn't the bird fly?
and I came back the other day
To see the bird once again
Walking the entire morning
Bird
Why won't you fly?
Away from here
Anywhere
Across the oceans
Throughout the mountains
Passing by the fields
Around the world

The bird could have been
Anywhere
But it stayed there
Walking through this little park
Day by day, till the end

I came back another day
Now there were two walking birds
None of them would fly
Then three, then four
Then a thousand walking birds

They have created
The country of the
walking birds

Every bird was born
Being able to fly
Though they just stood
right there, walking
In the country
of the walking birds

They made competitions
to see which bird could run faster
They even named them
The Olympics of the walking birds

They complained about their wings
These wings are too heavy!
Yes! They slow us down!

and I could never understand
How can something
decides to stay on the ground
if it is able to fly?

Dear walking bird,
my friend.
You have wings on your back
You have freedom on your hands
Why won't you fly?
Why?

I could never understand
Why the walking bird
Stayed
Forever
on the ground

and I was there
every day
going to the same place
doing the same thing
over and over again

But I could never understand
How can a bird have wings
And never flies?


domingo, 30 de novembro de 2014

The dying bird

Since ancient times
They spoke legends of her
This beautiful lady
who walks here and there
Crossing countries
everywhere

One day taking a stroll
She reached the shore on her own
She stopped by the beach and realized
That she could not walk anymore
Then she started to swim
Until she became a fish

The fish swam the oceans
Crossing all the countries
Until she was trapped
Caught by a fisherman’s net
The fish thought it would die
But this was no common fish
It looked at the sky
“Make a wish”

And what was once from the sea
Became a free bird
Flapped its wings strongly
Went away to the heavens
Up and down anywhere

One day the bird
Was passing by
And saw a man
Down the sky

The man seems focused with his paper
But blanked pages seems to waver

The bird went down do help the man
Though he was hit by a rock
That a little kid have threw
But the bird cannot die
In the arms of the poet it lies

Then the poet wrote about it
The dying bird that fell here
The bird become poetry
And this time forever
And now he cannot ever be caged agai                                                  

(...)
      

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Versos de romance clássico na era moderna

             Hoje eu acordei no meio da noite, perdi o sono. Levantei, abri a janela e fiquei olhando o céu. Imaginando todas as coisas que eu já poderia ter feito, que já poderiam ter acontecido.
          Aí de repente eu resolvi sair por aí, como se tudo fosse diferente. Já pensou se um dia a gente esquecesse de todos os problemas, parasse com tudo isso e resolvesse sair por aí, caminhando na grama, contando as estrelas do céu, vendo a lua e o pôr-do-sol.
          Eu estou tremendo, meu coração batendo forte. Eu tenho que procurar até encontrar. Posso até já estar meio velho, mas nem tanto. Talvez até meio jovem ainda, só não tão corajoso como antigamente... pra sair assim encarando o mundo, dando a cara a tapa, querendo mudar tudo. 
             A gente só fica fazendo tudo que mandam... E a vida é isso aí. Será mesmo? Sabe, quando eu faço isso que todo mundo fala pra eu fazer o tempo todo, o dia inteiro, eu sinto algo tão errado... Mas quando eu faço algo diferente que até dizem por aí que é estranho, eu me sinto como se estivesse fazendo a coisa certa.
            A verdade é que o mundo te bota pra baixo, as pessoas te derrubam e te puxam pra um abismo. Você está enterrado à sete palmos do chão. Mas quanto mais tentam me derrubar mais me dá vontade de voar cada vez mais alto.Tudo que me mata faz com que eu me sinta verdadeiramente vivo.
             E foi isso, essa noite eu meio que acordei do nada. Pensando em tudo isso, em tudo que poderia ter acontecido, em tudo que eu poderia ter sido vivido. De repente eu comecei a pensar em parar de contar tanto dinheiro e começar a andar por aí contando estrelas. Vivendo de um jeito diferente.
         Meu coração ardendo, saio de casa, cruzo a esquina. Esperança é apenas uma palavra, estou cansado, quero ações. Queime tudo aquilo que tem que ser queimado. Comece tudo do início. Já to meio velho sabe, mas nem tanto assim ainda. Meio jovem, apesar de não destemido como já fui um dia.
           Vamos para de ficar fazendo só o que todo mundo diz. Eu sinto algo tão errado vivendo desse jeito que todo mundo considera como se fosse certo. Eu não consigo mais mentir, tudo que dizem por aí que mata, me faz sentir vivo de verdade.  Tudo que acham que me afoga, que me prende, na verdade é o que me faz querer voar.
           Eu perdi o sono, acordei, levantei. Agora já era, já pensei em tudo isso. Já me passou pela cabeça toda essa historia de todas as coisas que  poderiam ter sido vividas e eu cansei de ficar esperando.
           Você pode pensar que ainda estou deitado no meu quarto, mas a verdade é que eu já fui embora, estou no mundo. Você pode até achar que ainda estou nesse quarto, olhando pro teto e lembrando de tudo. Mas a verdade e que já fui embora, já estou na estrada. A gente está contando estrelas.
            E você? Por que você também não esquece essa vida de problemas? Enterra ela em algum lugar que você nunca vai conseguir encontrar. Sai de casa, pé na estrada. Vai ver que a vida é muito mais que isso. É contar estrelas. Tudo que eles pensam que me mata na verdade me faz querer voar.
           Eu já estou no meio da estrada, ainda meio que lembrando de todas as coisas que poderiam ter acontecido, mas já estou contando estrelas. Pega tudo isso que não presta e queima, assista queimar, jogue as cinzas no fundo do rio. Aí pronto, você aprendeu a sua lição.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Causa Mortis

Morreu hoje
João Felipe
Atropelado
Por um caminhão de desespero
Que as lágrimas lhe trouxeram
Descendo o seu rosto incandescente
Por onde passaram todas as tristezas de sua vida

Morreu ontem
Daniel Magalhães
Assassinado a pauladas pela população
Defensora dos bons costumes
Opinião a qual
Ele nunca concordou

Morrerá amanhã
Daniela da Silva
Apunhalada no coração
Pelo amor de sua vida

Morreu semana passada
Marcelo de Sousa
Afogado
Num rio
De lágrimas
Que nunca chorou

Morreu tem anos
Pedro Abreu
Engasgado
Nas palavras que nunca disse
E nunca irá dizer

Entretanto, infelizmente
O mais morto de todos é
Nonato
Quarenta anos de sua vida já passaram
Mais quarenta ainda estão por vir
E ainda assim ele não viveu
Nem viverá
Um só dia

Morreu
Patricia
Mês passado
De doença séria
Causa grave
Morreu de rir
Afinal o que é essa realidade
Além de uma grande palhaçada

Morreu o poeta que escreveu
E não foi lido
Porque afinal de que adianta a vida
Sem um motivo pra viver

E o pássaro de fogo,
Morreu três vezes
Só hoje
Mas nem por isso
Deixou de voar

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Caro capitão,


Não sabes o quanto me alegram as notícias de suas navegações.

Você como sempre fez, há de me ajudar a por de volta a pena na tinta, os papeis nas garrafas e voltar a contar historias. Juro que não parei! Mas as ondas andam tumultuadas demais ultimamente por aqui, sem falar em minha grande desculpa, dedicado ao projeto que sempre sonhei, hei de encontrar este tesouro! E não há de demorar eu espero! Entretanto quanto mais eu cavo, me parece que mais terra encontro, nunca vi tesouro tão coberto de lama... Eu nunca imaginei que esta análise de tintas em papel fosse parecer tão infinita quando as ondas que atravesso todos os dias. Terra firme é lenda!

Meu caro amigo, eu queria lhe dizer que o tempo passa. E os dias que passamos no mesmo barco me fazem uma falta danada. Mal sabia eu o quanto era feliz, a inocência de um jovem com o coração cheio de esperança. O tempo passa, as ondas batem, a madeira vai rangendo e sinto meu barco parecer mais velho do que ele realmente é. Dias e dias atolados de serviços, mapas a serem estudados, léguas a serem percorridas, trabalho não falta jamais! E junte todos que mal sobra tempo para tomar um bom e velho rum.

Queria ressaltar como sempre, que ainda hei de conhecer um marinheiro que tenha o dom de colocar palavras numa garrafa como você tem. E se tenho um sonho, ainda é ter um dia metade da metade do seu dom de manchar as penas com tinta de forma tão esmera. Que ótimo descobrir que mesmo com o passar de tantas ondas continuamos aqui, firmes fortes e irmãos, como poucos conseguem depois de passadas tantas luas como aconteceu conosco.

Meu caro nessas naus a deriva passamos tanto tempo, que já me acostumei quase como se fossem terra. O mundo é assim mesmo, mar por todos os lados,um eterno seguir ao nada sem rumo algum. Ou pelo menos essa é minha visão e desisti de procurar algum sentido nisso tudo.

Ah o mar vermelho! Aqueles dias quando... Eer.. Não capitão. Minha punição será severa, mas verdade seja dita eu não lembro de nada. Espero que minha memória esteja mais fresca uma próxima vez.  

Impossível esquecer-me de tal musa que falas meu caro. E ouso exigir, com todos os detalhes que novas histórias dessa história velha são essas. Caro capitão, imagino eu que deste assunto em particular posso lhe entender muito bem. Que um de meus maiores medos na vida é cair exatamente em destino igual ao seu (se já não caí). A relembrar de tais dias que vivi anos atrás e me perguntar a vida inteira como queria ter permanecido neles para sempre. Mal nosso meu caro, mal nosso. Falta-nos a coragem para jogarmo-nos no abismo e talvez nunca saibamos se era a morte, ou nossa salvação.

A vida seguiu. Bem sabíamos de antemão, que ela não pararia só pela falta de vinho no meu barco ou pela ausência de um bom cheiro ou pelo sumiço das garrafas. Insisti em ir em frente. Admito aqui, com certo pesar, que quase me deixei sucumbir, tardes altas, à borda da parte mais externa da minha navegação, sem enxergar qualquer cais. O mar, ao fundo, parecia ser a saída mais nobre.

Senti-me obrigado a citar um grande escritor nessas linhas. Porque poucas vezes me senti tão representado como por essas mesmas palavras acima. Impossível não comentar.

Ainda lembras o meu sorriso Capitão? Que bom saber que ainda de alguma forma lhe ajudei, que ainda de alguma forma minha presença está aí contigo. Saiba que você também está sempre por aqui.

Um barquinho e mais histórias? Conte-me todas! A vida é assim mesmo meu caro, um eterno retorno. Os barcos, os portos, as ilhas vêm e vão. Continuamos sempre navegando por aí, as mesmas historias de sempre, mas de uma forma um pouco diferente.

Por aqui meu caro, continuo vivendo. Sempre mais perdido que achado. Sempre mais tentando do que conseguindo. Mas vivendo. Afinal nunca disseram que tal façanha seria fácil, muito pelo contrário. Sempre me pego dizendo que sinto falta de anos atrás. Essa vida de barbado não é para mim, trocaria fácil tudo que tenho, pelas inexperiências da juventude.

Um forte abraço capitão, bons dias! E que venham as tão sonhadas terras firmes... 

segunda-feira, 30 de junho de 2014

segunda-feira, 12 de maio de 2014

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Só havia você

Ela olhou para ele e sorriu
Foi só um segundo, um piscar de olhos.
E pronto, não precisava de mais nada.
O dano estava feito.

Ele olhou para ela, e ela desviou o olhar
Ficou com vergonha, como quem se esconde.
Mas sorriu
E pronto, não precisava de mais nada.

Ela olhou para ele
E foi difícil esquecer
Não sei por que

Ele olhou para ela e desapareceu
Não conseguia ver mais nada, só seus olhos
Passou a mão nos seus cabelos e se perdeu

Perdeu as mãos
Perdeu os sentidos
Perdeu a cabeça
E pronto, já estava perdido

Ela olhou para ele e o beijou
Não se arrependeu
Aí caro amigo, foi o fim.
Já não havia mais volta,
Nem estrada mais havia
Só havia você.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Não são as coisas, é como você encara as coisas.

A história é curta, mas a lição é grande.
Lá estava um senhor caminhando tranquilamente pela rua, quando é abordado por uma mulher bem pobre, mal vestida, provavelmente sem teto.
A mulher tem todo um discurso previamente preparado.
- Senhor, eu não queria incomodar, mas eu realmente estou precisando de ajuda. Eu tenho três filhos pra sustentar e um deles está muito doente, eu preciso comprar os remédios mas eu não tenho nenhum dinheiro. Meu filho está passando mal e eu não consigo fazer nada. O melhor que posso fazer é pedir ajuda na rua, eu preciso de dinheiro pra comprar os remédios.
O homem ponderou por alguns segundos, e resolveu ajudar a mulher.
Trabalhador, classe-média ele não tinha muito dinheiro. Mas mesmo assim tirou cinquenta reais do bolso e disse:
- Aqui, para ajudar a comprar os remédios do seu filho.
A mulher agradeceu e foi embora.
Mal o senhor andou alguns metros e encontrou outra pessoa passando por ali, que puxou papo com ele.
- Você deu algum dinheiro para aquela mulher? Não acredito! Você jogou seu dinheiro fora! Aquela mulher é a maior golpista! Você perdeu seu dinheiro! Ela não tem filhos, não tem nenhuma criança doente. Ela vai gastar tudo em drogas.
Eis que a vida te dá um fato, um acontecimento. Isso foi o que te ocorreu, e não pode ser mudado. Muitas vezes não temos controle sobre o que a vida nos dá.
E qual seria a sua reação? Xingar a mulher? Correr pra tentar pegar seu dinheiro de volta? Passar o dia inteiro chateado porque perdeu cinquenta reais?
Às vezes não temos controle sobre as coisas que acontecem com a gente. Mas como encarar a situação é uma escolha sua.
É como sair e estar chovendo. Você não pode fazer parar de chover.  Mas não são as coisas, é como você encara as coisas.
Você pode pensar: meu dia está acabado! Vou ficar todo molhado!
Ou pode pensar: Que bom que choveu, o dia estava quente mesmo. Me molhar um pouco não vai fazer mal.
Mas fica a pergunta. E qual foi a reação do senhor?
Ele perguntou:
- Então quer dizer que não tem nenhuma criança doente?
- Não!
- Que bom.
E sorriu.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Amor de 13 anos

Bom mesmo é amor de treze anos, já parou pra pensar?
Com treze anos você podia chegar pra alguém e dizer eu te amo, quer namorar comigo?
Do nada.
Aí você cresce e dizer eu te amo vira proibido.

Já pensou virar pra alguém na rua e dizer eu te amo?
Mas como assim! Você nem conhece?
Conheço sim, de outra vida.
Quando éramos gatos.
Você só esqueceu, mas eu me lembro.

Você tem que se aproximar das pessoas com cuidado, se fala demais com elas, tá enchendo o saco. Se puxa conversa, tá dando mole. Se você tenta falar com alguém que não conhece, tá “cantando”.

Não dá mais pra chegar no meio da rua, e falar pra alguém “Hey, quer ser meu amigo?” Caraca que estranho. Adultos não fazem isso. Você é retardado?

Vamos andar por aí? Tá louco! Quer me levar pra onde? É bandido.

Crescer é muito chato.
Te prometem liberdade, mas cadê a minha?

Quando eu era criança eu podia chamar qualquer um na rua pra ser meu amigo. Podia mandar uma cartinha pra uma menina que eu não sabia nem o nome e dizer “eu te amo”.

E hoje nada pode.
Até falar com alguém do nada é estranho.

Bom mesmo é amor de 13 anos. Se apaixonar perdidamente, quebrar a cara certamente.

Aí você fica velho e já nem se apaixona mais. A vida se torna uma grande sucessão de decepções, tudo é previsível, prevenido, precavido, precário, no pretérito, uma porra.

Bom mesmo é amor de 13 anos.
Quando você não pensa em mais nada. Só em estar apaixonado.

Aí você fica velho e a vida te cobra, são compromissos, afazeres, dinheiro, responsabilidades, obrigações, dinheiro, estudar, trabalhar, dinheiro, sobreviver, dinheiro.

E você se esquece até de se apaixonar.
Por alguém, por algo, por qualquer coisa, por viver. 

Ai você vira esse pedaço de máquina. Sem saber pra onde ir, sem saber onde estar, seguindo o fluxo, mas um na multidão.

Bom mesmo era meu amor de treze anos.
Eu escrevia cartas pra ela e dava flores. Eu dizia que a amava e nada mais importava.

Meu amor de treze anos, treze anos atrás. Disse que me amava.
Aí a gente cresceu, a vida chegou e o amor passou.
Só vinte e seis anos, mas me sinto tão velho.

A vida te quebra em cacos, você pode até juntar,
mas remendado não é inteiro.
Amor de 13 anos nunca mais, fiquei velho.
Amor de 13 anos só aquele, de 13 anos atrás.

Eu podia voltar a falar com as pessoas no meio da rua.
Escrever cartas de amor, fazer novos amigos.

Vou ali ter treze anos
Jogar videogame, me lambuzar de sorvete.
Escrever cartas de amor.
E ser feliz.


domingo, 2 de fevereiro de 2014

Paulo amava todas.

Mais uma noite numa cama diferente. Bom dia, tomaram café juntos. Lembrava não somente do nome dela, mas de detalhes específicos de tudo. Uma noite de conversa e Paulo já sabia tanto sobre ela. Adoro quando você faz isso, amo o jeito como faz aquilo. E Paulo era sincero, ele amava mesmo e não tinha medo de falar.

A sociedade baniu da banalidade essas três palavras “eu amo você”, mas Paulo era contra e dizia mesmo eu te amo. Aliás, dizia várias vezes. Disse pra Ana, pra Gabi, Bruna, Cintia, Débora na semana passada e hoje à noite pra Eliza.

Eliza sorria de orelha a orelha, parecia que tinha encontrado o amor de uma vida inteira. Mas Paulo sabia que na verdade, ela só tinha encontrado o amor dessa semana.

Paulo amava todas.

Parece mentira eu sei. A sociedade e suas teorias monogâmicas cristãs ortodoxas discordam rigorosamente de Paulo e o taxam de louco. Mas a loucura deles é a normalidade de Paulo, e vice-versa.

Gostava de assisti-las dormir. Conversas por toda a madrugada deitado na cama, contava e ouvia segredos. Sempre sincero, era tudo tão perfeito... Mas a pior das sinceridades era quando descobriam a brevidade do momento. E o que queriam pra vida toda, Paulo apenas por uma noite.

Eu a amei por uma noite. Por uma noite somente. Mas nada muda o fato que amei.
E o que todos achavam absurdo, Paulo achava poético.

Mas, e quando se pegava perdido em pensamentos. Olhando as estrelas e pensando em alguém. Qual delas estava na cabeça de Paulo?

Nenhuma delas.
Era Milena.
Paulo nunca dormiu com ela.
Ele não a via faz anos.
Se conheceram em algum lugar anos atrás, Paulo tinha 15 anos.
Se beijaram e partiram, seguiram seu rumo.

A vida foi passando. Paulo amou tantas mulheres.
Mas quando ele olhava as estrelas e pensava em alguém.
Era Milena.
Paulo amava todas.
Um dia buscou a voz da experiência e perguntou ao seu avô.

Diga-me, quantas mulheres você amou na vida?
Ah, Paulo eu conheci muitas mulheres. Beijei várias, dormi com algumas, gostei de muitas.
Mas amar, amar mesmo, só se ama uma vez na vida.
Mas Paulo.
Paulo amava todas.




sábado, 25 de janeiro de 2014

O lugar que nunca esqueci

Às vezes ainda me da vontade de largar tudo
Sair correndo
Descer as escadas
Esquecer da vida
Pra correr atrás de um sonho

Às vezes ainda me da vontade de largar tudo
Amigos, trabalho, casa, família
Vontades, desejos, futuros possíveis
Entrar no primeiro trem
Pro lugar que nunca esqueci

Às vezes ainda me da vontade de largar tudo
Seguir com um só rumo
Matar uma só vontade
Agir com o coração
Deixar tudo de lado
Jamais seria em vão
Chegar de qualquer jeito
No lugar que nunca esqueci

Daqui a dez anos onde estarei?
O que terei feito?
Quem eu serei?
Levado pela vida ficarei aqui
Ou posso até ir embora
Viajar por ali
Posso até gostar da vida
Me acostumar com o que conseguir
Um destino bonito
Mas longe do lugar
Que nunca esqueci

Tudo serão rosas
Alegrias, vida boa
Felicidade compartilhada
Sorrisos sinceros
Futuro possível
Futuro plausível
Tudo que foi planejado
Nos pensamentos mais certos

Mais eu nunca esquecerei
Do lugar que nunca esqueci
Meu coração não me deixa esquecer
Do lugar que nunca esqueci

Dez anos depois
Vai ser como hoje
Tudo bem, tudo certo
Alegrias, vida boa
Felicidade compartilhada
Sorrisos sinceros
Futuro possível
Futuro plausível
Tudo certo

Menos meu coração
Que fica teimando em lembrar
Do lugar que nunca esqueci
Essa vontade de dentro do peito
De largar tudo
Sair correndo
Descer as escadas
Esquecer da vida
Pra correr atrás
Do lugar
Que nunca esqueci