Nosso Castelo de Cartas

Nosso Castelo de Cartas

domingo, 17 de abril de 2011

A espada e a faca.

A muito tempo atrás havia uma lenda, sobre uma espada com o poder de dominar todo o mundo conhecido.

Uns diziam que ela era guardada dentro da mais profunda caverna, por um grande Dragão que não deixava ninguém se aproximar da espada. Outros diziam que ela ficava na mais alta montanha protegida por uma legião de demônios que davam a todos que iam em busca da espada uma morte extremamente dolorosa.

Ainda haviam aqueles que diziam que apenas o escolhido podia brandir a espada, e nenhum outro homem jamais conseguiria tocá-la, a não ser seu verdadeiro dono. Alguns afirmavam que a espada estava em um outro mundo paralelo, e apenas aquele que conseguisse entrar e sair vivo deste outro mundo seria capaz de trazer a espada.

A verdade é que muitos encontraram a espada, mas nunca se soube de nenhum homem que a possuiu. Esta é a história de um deles.

Um dos homens, dentre muitos que empenhou a vida inteira na busca por essa espada e pela sua força, o poder capaz de conquistar o mundo inteiro.E em uma de muitas de suas buscas por ela, ele atravessou mares e um dia chegou a uma distante ilha, onde havia um templo.

No centro do templo a espada estava fincada no chão. Atrás dela, ficava um velho ancião, que vestia uma túnica velha e portava duas espadas grandes, belas e aparentemente muito fortes em seu cinto. Apesar disso, o velho não tinha um semblante de guerreiro, e nem parecia ter força suficiente sequer para erguer as duas de uma vez.

O homem chegou gritando:

- Encontrei! A espada mais poderosa do mundo! Com ela eu serei invencível! Diga velho que demônios, dragão ou seja que monstro for, que testes eu preciso fazer! Mas eu levarei essa espada daqui comigo!

O velho calmamente tirou a espada do chão, levou-a em direção ao viajante.Estendeu a espada a ele e disse:

- É sua.

O viajante pegou a espada olhou ela de cima a baixo, era linda, afiadíssima e digna de ser conhecida como a espada mais poderosa do mundo, não era falsa. E era ainda mais bela e aparentemente poderosa do que as que o velho carregava. Não parecia que o velho tinha ficado com a verdadeira espada ou algo assim, aliás em momento nenhum o velho parecia estar mentindo ou tentando enganar alguém. Ele olhou para o velho e disse:

- É isso? Não tem nenhum teste? E só chegar aqui e levar a espada e pronto?

Enquanto o isso o velho dava as costas a ele e se distanciava. Ele parou e disse:

- Na verdade não, existe apenas um pequeno detalhe. Eu sou o guardião dessa espada, então no dia em que a espada for levada daqui minha vida não terá mais sentido. Para que um guardião da espada sem uma espada para guardar? Então essa espada sairá daqui no dia em que minha vida se extinguir, pra levá-la daqui você terá então, que me matar.

- É isso então - Disse o guerreiro. - Velho, eu não lhe subestimarei, eu não sou o primeiro homem a dedicar a vida em busca dessa espada e com certeza não devo ser o primeiro a chegar aqui. Não foi fácil chegar até aqui, eu não irei perder agora, não importa a sua força irei vencê-lo e conseguirei sair daqui com a espada mais poderosa de todas. Sem falar que eu a tenho em meu lado para essa batalha, por mais forte que possam ser essas suas duas espadas, elas não se comparam a minha. Prepare-se velho!

O guerreiro correu em direção ao ancião, apontando a espada mais poderosa do mundo pra ele. O velho não parecia ter nenhuma chance.

Num movimento simples, porém preciso o velho tirou uma faca de dentro da túnica e jogou em direção ao guerreiro. Ela o atingiu na cabeça e ele caiu morto.

A espada mais poderosa do mundo quicou no chão, derrotada.

O velho balançou a cabeça em sinal de reprovação, e disse:
- Mais um tolo cego. Não é a espada. É como se usa a espada.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Ambrosia

É diferente do cheiro das rosas.
É único, fabuloso
Inalcansável

É diferente do cheiro dos doces gostosos
Não enjoa, não importa a dose

É diferente do delicioso cheiro da chuva
Da paz e harmonia que ele traz

É meio como cheiro de desejo
Que arrasta, te carrega

É meio como cheiro de aventura
Que te incita e te desafia

Lembra cheiro de felicidade

Não é como cheiro de cabelo perfumado
Não é como cheiro de arco-íris e borboletas
É diferente.

É como uma aura em volta dela
Envolta nela

É um cheiro perseguido entre sorrisos e abraços
Meio misterioso, meio mágico
Embriagante.
Hipnotizante.

Tipo...
Ambrosia.

sábado, 9 de abril de 2011

Sobre drogas. A falta delas. E sobre se acostumar.

Drogas.

Obviamente eu não estou me referindo literalmente, mas por "drogas" nesse texto eu me refiro a algo viciante, apaixonante.

Eu acho que tudo começou com meu último relacionamento, o fim dele. E quando eu decidi que me apaixonar era algo ruim.

E por decidir mudar, mudei. Eu sempre me apaixonei demais e muito facilmente. Então o objetivo era esse: não me apaixonar.

E consegui. Consegui de verdade, nas vezes em que eu me senti tentado a me apaixonar eu desviei, me fechei, esqueci. E por vontade, evitei me apaixonar e consegui.

Até aí tudo bem mas como o ser humano é por natureza inconformado, depois que consegui exatamente o que eu queria surgiu o problema.

A minha mudança intencional saiu do controlhe.

E de não me apaixonar por pessoas, hoje eu cheguei a conclusão que não estou me apaixonando por nada.

E isso é ruim.

"Nunca crie expectativas" Eu dizia.

Pois é, o problema é quando você se acostuma.

Você passa realmente a não criar mais expectativas e se acostuma as coisas a darem errado, ou certo, tanto faz, você não criou expectativas mesmo.

Pois é, você se acostuma.

E quando você se acostuma a falta de drogas é um problema.

Acho que é melhor vez ou outra ter suas expectativas frustradas do que não criar nenhuma.

Meu nome é 8, estou livre das drogas a 1 ano.

E hoje, preciso de uma dose.

Uma dose de qualquer coisa que me empolge, que me faça correr atrás com vontade. Que me encha a cabeça o dia inteiro.

Preciso de uma dose de qualquer coisa que me apaixone.

O problema é que, louco pra me livrar desses vicíos. Eu tentei desesperadamente jogar essas coisas apaixonantes fora.

E agora, temo ter conseguido.

Alguém me vê uma dose de qualquer coisa aí. Por favor?

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sobre 17 anos e 65 dias.

Começa assim: atraso.

Atrasado, apressado, invocado. Puto!

Hoje o meu dia foi uma série de fracassos, coisas dando errado e principalmente, atrasos.

Eu fiquei puto porque as coisas deram errado, e porque elas deram errado eu me atrasei e depois fiquei puto por ter me atrasado.

Na hora que eu cheguei no metro (atrasado) Eu tava puto num nível que nem vou comentar, mas beleza.

Eu sentei, tirei meu DS e tentei esquecer do mundo um pouco.

Pouco tempo depois entrou um cara no metro, falando alto, se desculpando por estar falando alto no metrô porque era chato ficar ouvindo alguém falando altro no metrô, e ele ia ser breve.

E eu pensei: "Lá vem discurso da igreja, era tudo que eu precisava ¬¬"

Mas pra minha grande surpresa não era discurso de igreja.

Era um cara que escreveu um livro de contos, nao conseguiu uma editora que publicasse seu livro, e ele mesmo imprimiu umas cópias e tava alí com a cara e a coragem vendendo.

Eu, como escritor, achei o máximo.

Fechei até meu DS pra escutar, apesar de que o bastante breve discurso que ele fez, não influenciou na minha vontade de comprar o livro ou não. Eu pensei em comprar pra ajudar também. Mas o quê me fez comprar mesmo, foi a minha vontade e curiosidade de ler o livro.

Beleza, comprei o livro. Aquele livro definitivamente salvou meu dia. Comecei a ler no metrô ainda e estou adorando.

Agora, o quê me levou a refletir e escrever esse texto foi:

E se eu não tivesse me atrasado? E se as coisas não tivessem dado errado hoje? Se eu não tivesse ficado puto de raiva com as coisas dando errado e com os atrasos...

Bom, se as coisas tivessem dado certo eu teria pegue o metro mais cedo. E não teria encontrado o cara com o livro, e não teria comprado e lido o livro.

E eu ia perder um livrão...

O nome do livro é 17 anos e 65 dias. O autor: Marcelo Barbosa.

Eu vou postar uns trechos dos meus textos favoritos, adaptados.

Espero que gostem. Eu gostei.

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Big One: fenômeno que pode acontecer a qualquer momento na cidade de São Francisco, devido a movimento das placas tectônicas e destruir completamente a cidade.

Perguntou a aluna ao professor: Então porque as pessoas de la não se mudam?

Já pensou se você morasse numa cidade que pode ser destruída a qualquer momento? Provavelmente viveria aproveitando cada dia como se fosse o último.

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A verdadeira batalha começa quando você acha que não dá mais.

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Existem pessoas que são como estrelas, e outras que são como cometas.

Cometas são lindos, assistir a queda de um cometa é um momento memorável, talvez porque eles passam e pronto.

Mas quando olhamos pro céu, quem está ali noite após noite são as estrelas.

Então porque não valorizamos as "pessoas estrelas" como valorizamos as próprias estrelas.

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Sobre preconceito. "As pessoas que gosto e as que eu não gosto, ambas têm o direito de viver no mesmo mundo que eu."

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Mas não há como exigir o respeito de verdade. Esse precisa ser espontâneo ao merecermos.

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O cara diz que te ama, enão tá. Ele te ama. Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.

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A diferença entre ter a faca e o queijo na mãe e cortar o queijo é minima. Mas é essa diferença que acaba sendo determinante.

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A escrita só se completa com a leitura (Ivan Jaf)

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Essa foi uma das últimas frases que eu falei com ele, dizendo que eu queria publicar um livro também e tal e ele disse:


Só é difícil quando a gente acha que é difícil antes de tentar.