Nosso Castelo de Cartas

Nosso Castelo de Cartas

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Revolta de 30 de dezembro.

TAPÃO

Acorda zé!

-Foram oficialmente 3 meses sem postar –

Cama velha de madeira, quarto branco meio empoeirado, meio sem nada. Travesseiro no chão lençol fino meio no corpo. Olhos quase abertos, apesar do susto ainda estava em processo de acordamento. Tipo quando você foi dopado depois de fazer algum exame no hospital. É, dormir é dorgas mano.

Mas se você imaginou um tapão na cara, errou. Foi na perna de Zé, que acordou no susto. O executor da tapa do lado da cama, com cara de "Já é tarde pra cacete!” Era Pedro seu irmão. Sim, a família era bem católica e eles tinham uma irmã chamada Maria.

- Agora por quê? Só voltando ao bater do teclado que eu consigo entender o quanto realmente gosto de escrever. E qualquer desculpa como "Estava sem tempo", "Dei prioridade a outras coisas", ou "Faltava inspiração" parecem todas não plausíveis em frente ao grande argumento que é "Gostar" por que gostar pra mim é ponto final. Gosta de escrever? Escreve. Cabou, sem discussão. -

Rosas.

Rosas. Era um jardim imenso de rosas, perfeitamente normal para o sonho de uma garota. Mas como era um garoto, se contasse pra alguém com o que sonhara diriam que era gay. Mas nem era. Será que homens não podem mais nem sonhar com rosas nessa cidade? Ele pensou.
Rosas. Era o cabelo rosado dela. Quando ele viu a garota de cabelo rosado sabia que estava sonhando. Mas nem era o cabelo rosado dela que lhe chamara atenção. Na verdade ele nem sabia se era a tatuagem em seu braço ou a de seu pescoço, o vestido dela, aqueles olhos que davam pra se perder dentro por uma vida inteira, seus lábios, sua pele, era realmente difícil definir que parte dela lhe chamava atenção. Mas essa era exatamente o tipo de garoto pela qual se apaixonaria perdidamente, essa, toda bela. Mas e existem garotas todas belas? É claro que não! Não nos apaixonamos por garotas todas belas. As garotas todas belas surgem no momento em que nos apaixonamos. Não se apaixona porque é bela é bela por se estar apaixonado.

Maria era muito bonita, deu a sorte na família, diferente de Pedro e Zé que eram bem feinhos na verdade. Deu que Pedro era loiro, dos olhos escuros e Zé era moreno dos olhos claros. E Maria tinha os olhos claros e era loira, mas Maria nem tava nessa história. Ela saiu de casa foi cedo e eu só falei dela mesmo pra você se confundir.

A história é sobre Zé, Pedro só o acordou com o tapão, gritou algo em seu ouvido e foi embora pra sala. Zé até escutou, mas 10 minutos depois já tinha esquecido, é tendencioso esquecer coisas que te falam no processo de acordamento.

- Está confuso? Pois se está que bom. Pois essa era exatamente a intenção. E eu sumo por 3 meses e resolvo dar as caras com um texto confuso desses. Mas que merda de escritor. A culpa não é minha, eu não decido o que escrever, escrevo; só. As coisas vão fazer mais sentido no fim, prometo! -

E Zé acordou, bem ou mal, acordou. Com aquela disposição de todos os dias. Disposição do tipo "disposto a voltar a dormir". Lavou a cara e fez aquela careta no espelho que a maioria esmagadora dos estudantes fazem antes de ir à escola. Por alguns segundos ele esqueceu, culpa do "processo de acordamento" que te deixa drogado. Mas agora já estava lembrado. Ah... Estava tudo bem agora, porque Zé lembrou que ESTAVA DE FÉRIAS. Ele correu feito um doido e...

Rosas. Sabe quando tudo fica confuso? Exato, quando você não tem noção se está sonhando ou acordado. Por mais que fosse uma garota de cabelo rosa. Era um sonho muito parecido com esses sonho-acordado, que você tem quase certeza de que está acordado mais na verdade está sonhando. Ou o contrário. Eu fico falando rosas o tempo inteiro porque "rosas" era a grande palavra do sonho. Tinha rosas pra todos os lados. Rosas monocromáticas, nem vermelhas, nem brancas, nem azuis, amarelas ou pretas. Eram rosas...Pleonásticas.

Rosas. Caindo do céu sem parar, era sonho. Era sonho mesmo. E se era sonho ele podia ir lá falar com a garota de cabelos rosados. E como era sonho ele ainda tinha uma certa quase-certeza que ia dar tudo certo. Ele deu um passo e outro, uma corridinha chegou perto, olhou ela bem fundo nos olhos, ela sorriu e...

TAPÃO

Disparou em direção a sala, pegou sua bola e zarpou pro meio da rua com a vontade que um peixe se joga no mar, esse era Zé. Bom, Pedro estava em casa, ficou jogando videogame, sempre foram muito diferentes mesmo. Mas não demorou muito e...

GOL

O grito de Zé não saiu da boca, saiu da alma. E como um quadro pintado sua imagem imortalizou-se Zé, o grande jogador.

FIM

- Mas se fosse pra escolher, eu seria amigo de Pedro. Porque jogar videogame é muito mais emocionante. -

Bom, a explicação que devia vir no começo, eu vou deixar pro final.

A minha intenção foi escrever 3 textos distintos, e jogá-los num só.

Onde os parágrafos começam com “Rosas” é o primeiro texto, que na verdade é o sonho de Zé, ele acaba em “TAPÃO” que é quando Zé acorda e passamos pro texto dele que são todos os outros parágrafos menos os entre traços, que são um terceiro texto que é o último, ou apenas comentários meus sobre tudo.

Na ordem natural, fica assim:

Rosas.

Rosas. Era um jardim imenso de rosas, perfeitamente normal para o sonho de uma garota. Mas como era um garoto, se contasse pra alguém com o que sonhara diriam que era gay. Mas nem era. Será que homens não podem mais nem sonhar com rosas nessa cidade? Ele pensou.
Rosas. Era o cabelo rosado dela. Quando ele viu a garota de cabelo rosado sabia que estava sonhando. Mas nem era o cabelo rosado dela que lhe chamara atenção. Na verdade ele nem sabia se era a tatuagem em seu braço ou a de seu pescoço, o vestido dela, aqueles olhos que davam pra se perder dentro por uma vida inteira, seus lábios, sua pele, era realmente difícil definir que parte dela lhe chamava atenção. Mas essa era exatamente o tipo de garoto pela qual se apaixonaria perdidamente, essa, toda bela. Mas e existem garotas todas belas? É claro que não! Não nos apaixonamos por garotas todas belas. As garotas todas belas surgem no momento em que nos apaixonamos. Não se apaixona porque é bela é bela por se estar apaixonado.

Rosas. Sabe quando tudo fica confuso? Exato, quando você não tem noção se está sonhando ou acordado. Por mais que fosse uma garota de cabelo rosa. Era um sonho muito parecido com esses sonho-acordado, que você tem quase certeza de que está acordado mais na verdade está sonhando. Ou o contrário. Eu fico falando rosas o tempo inteiro porque "rosas" era a grande palavra do sonho. Tinha rosas pra todos os lados. Rosas monocromáticas, nem vermelhas, nem brancas, nem azuis, amarelas ou pretas. Eram rosas...Pleonásticas.

Rosas. Caindo do céu sem parar, era sonho. Era sonho mesmo. E se era sonho ele podia ir lá falar com a garota de cabelos rosados. E como era sonho ele ainda tinha uma certa quase-certeza que ia dar tudo certo. Ele deu um passo e outro, uma corridinha chegou perto, olhou ela bem fundo nos olhos, ela sorriu e...

TAPÃO

Acorda zé!

Cama velha de madeira, quarto branco meio empoeirado, meio sem nada. Travesseiro no chão lençol fino meio no corpo. Olhos quase abertos, apesar do susto ainda estava em processo de acordamento. Tipo quando você foi dopado depois de fazer algum exame no hospital. É, dormir é dorgas mano.

Mas se você imaginou um tapão na cara, errou. Foi na perna de Zé, que acordou no susto. O executor da tapa do lado da cama, com cara de "Já é tarde pra cacete!” Era Pedro seu irmão. Sim, a família era bem católica e eles tinham uma irmã chamada Maria.

Maria era muito bonita, deu a sorte na família, diferente de Pedro e Zé que eram bem feinhos na verdade. Deu que Pedro era loiro, dos olhos escuros e Zé era moreno dos olhos claros. E Maria tinha os olhos claros e era loira, mas Maria nem tava nessa história. Ela saiu de casa foi cedo e eu só falei dela mesmo pra você se confundir.

A história é sobre Zé, Pedro só o acordou com o tapão, gritou algo em seu ouvido e foi embora pra sala. Zé até escutou, mas 10 minutos depois já tinha esquecido, é tendencioso esquecer coisas que te falam no processo de acordamento.

E Zé acordou, bem ou mal, acordou. Com aquela disposição de todos os dias. Disposição do tipo "disposto a voltar a dormir". Lavou a cara e fez aquela careta no espelho que a maioria esmagadora dos estudantes fazem antes de ir à escola. Por alguns segundos ele esqueceu, culpa do "processo de acordamento" que te deixa drogado. Mas agora já estava lembrado. Ah... Estava tudo bem agora, porque Zé lembrou que ESTAVA DE FÉRIAS. Ele correu feito um doido e...

Disparou em direção a sala, pegou sua bola e zarpou pro meio da rua com a vontade que um peixe se joga no mar, esse era Zé. Bom, Pedro estava em casa, ficou jogando videogame, sempre foram muito diferentes mesmo. Mas não demorou muito e...

GOL

O grito de Zé não saiu da boca, saiu da alma. E como um quadro pintado sua imagem imortalizou-se Zé, o grande jogador.

FIM

- Mas se fosse pra escolher, eu seria amigo de Pedro. Porque jogar videogame é muito mais emocionante. -

-Foram oficialmente 3 meses sem postar –

- Agora por quê? Só voltando ao bater do teclado que eu consigo entender o quanto realmente gosto de escrever. E qualquer desculpa como "Estava sem tempo", "Dei prioridade a outras coisas", ou "Faltava inspiração" parecem todas não plausíveis em frente ao grande argumento que é "Gostar" por que gostar pra mim é ponto final. Gosta de escrever? Escreve. Cabou, sem discussão. -

- Está confuso? Pois se está que bom. Pois essa era exatamente a intenção. E eu sumo por 3 meses e resolvo dar as caras com um texto confuso desses. Mas que merda de escritor. A culpa não é minha, eu não decido o que escrever, escrevo; só. As coisas vão fazer mais sentido no fim, prometo! –

E promessa é divída.

Espero que tenham gostado.

Me revolto me recuso a passar 4 meses em branco.

Último post de 2010.

Grande abraço,

Oito

*Sopra a carta*

sábado, 11 de setembro de 2010

Binks no Sake


Bem... Se nós vamos mesmo morrer...
Pelo menos vamos morrer nos divertindo um pouco...
Deveríamos tocar uma canção?

---

Agora vem uma tempestade.
Através do céu distante
As ondas dançam
A batida nos tambores
Se você perder a calma
Essa pode ser a última vez que irá respirar.
Mas se você aguentar,
O amanhecer virá.

Yohohohoho, Yohohohoho...

Hoje, e amanhã,
Nossos sonhos atravessam as noites
Acenando com um adeus,
Nunca mais nos encontraremos.
Mas não fique triste,
Pois quando chegar a noite,
Uma lua surgirá.

O barullho das ondas...
Não importa que você é
Alguma dia você será apenas ossos...

A história de nossa divertida viagem

Yohohohoho, Yohohohoho...


(Trecho de Binks no Sake)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Ao 9 de copas























Um dia sem inspiração, eu lembro ter ameaçado fechar as portas deste castelo.
Nove de copas discordou. "Mas hômi, nem saiu o dia do 9 de copas ainda..."
Eu lembro ter planejado este dia pra 9/9/9. Mas acabei me atrasando... Um pouquinho só.

Rapaz eu fiquei aqui quebrando cabeça foi muito tempo.
Tentando escrever um texto bonito ao 9 de copas.
Mas eu desisto porque eu nem sou escritor. Talvez esteja no máximo na idéia de um projeto pra um. Kadu é escritor, escreve bem pra caralho. Então nem me importa eu ficar aqui tentando escrever coisas bonitas porque ele vai encontrar erros no meu texto, ah se vai.

Então eu vou fazer que nem aqueles blogueiros amadores (tipo eu), que nem sabem mesmo escrever, e só descem no teclado as palavras que lhe vêem a cabeça.
Tipo assim:

Eu não vou escrever um texto sobre Kadu.
Eu vou mandar um dois parágrafos aqui, no máximo.
Porque se eu fosse escrever um texto sobre Kadu não seria um texto. Seria um livro.

Pra mim, quem é Kadu?
Um anjo? Anjo nada, isso é lenda rural que espalharam por aí. Kadu é muito é gente, e gente boa.
Ele não é anjo, é homem. Porque anjo pra mim, é que te carrega nas costas. E Kadu não carrega ninguém nas costas... (a não ser que esteja subindo o picoto, claro)

Imagine, aquele moleque, gordinho e pequeno, que usa óculos, e apanha de todo mundo.
É... Esse era eu.
Agora imagine um cara grande e forte, careca, com blusa de couro e cara de mal.
É... Esse era Kadu.
E ele era meu amigo.
Agora nem Kadu, deve ter entendido, pois deixe-me explicar.
Quando eu andava só, eu era um completo imbecil, eu apanhava de tudo e sempre tinha a certeza que não podia vencer nada.
Mas se eu andava com Kadu. Eu era invencível.
Eu poia zoar quem eu quisesse, eu podia desafiar quem me desse vontade! E ah... Eu desafiava! Com a certeza de que eu podia vencer eu chamava qualquer um pra brigar, fosse o mais valentão e forte da escola, eu xingava ele, e ia pra pra briga. Porque Kadu estava lá, e eu não podia perder se Kadu estivesse lá comigo.

Mas eu não usava óculos, e Kadu não era careca. Nos sequer estudamos juntos, e eu nunca xinguei o valentão da escola, era tudo uma metáfora.
Uma metáfora, pra que todos pudessem entender, que quando eu estava sozinho, eu não conseguia enfrentar nada, mas quando eu estava com Kadu, eu podia desafiar qualquer coisa, sabendo que ia vencer.
Eu podia desafiar a subida pro picoto, podia desafiar os melhores da rua num jogo de futebol, podia enfrentar qualquer um na sinuca, e se duvidar eu criava até coragem pra dizer pra aquela garota, o quanto eu gostava dela.
Porque com Kadu, eu me sentia como se pudesse vencer qualquer coisa.

Sabe o pior? E que quando eu usava óculos, e Kadu era careca, e eu mexia com o brutamontes da escola, e ia brigar com ele, Kadu nem se metia na briga, só se fosse realmente preciso. Mas ele me deixava brigar sozinho, na maioria das vezes. Eu nunca nem percebi, que quem brigava com o valentão da escola, não era Kadu, era eu. Mas cá entre nós, só a presença de Kadu deixava o cara assustado, e quando ele tava assustado eu podia vencê-lo.

Eu lembro de sempre ser mais alto que Kadu.
Mas pra mim ele sempre foi um gigante.
Mesmo baixinho e magrinho assim, do jeito que ele é.
Pra mim ele sempre foi um gigante.
Eu queria agradecer a Kadu, de verdade.
Eu costumo afirmar, que agradeço a todos os meus amigos por que todos eles são parte de mim.
Porque cada um deles, cada frase, cada sorriso, foi o que me moldou, e me tornou quem eu sou hoje. E eu sou muito grato a todos.
Mas Kadu não. Não é uma frase só, um sorriso só, um pensamento só, não é um pedaçinho só.
Aquele que sou hoje, eu devo pedação a Kadu. Um pedaço tão grande, do tamanho... Do tamanho que se eu estivesse comendo um sanduíche, e viessem e me pedissem um pedaço desse tamanho, eu ia ficar muito puto...
Pois é Kadu, eu sou um pedação, você. Pelo menos minhas costas e meus ombros, são seus. São iguais aos seus. São fortes que nem os seus.
Ou pelo menos eu queria que fossem.
Pra que eu possa aguentar sozinho, metade do peso que você consegue.
Pra que eu possa carregar os outros neles, como você carregou. E nem precisava carregar muito tempo, porque o que você sabia mesmo, era ensina-los a andar.
Eu sou grande Kadu.
Mas eu sempre vou olhar pra você, dos ombros pra baixo.
Porque você vai ser sempre, bem maior que eu.
Nah, nada de parabéns.
Hoje eu digo,

Obrigado.

--

Trinta minutos do segundo tempo. Trinta anos. Mas ele se sentia como se ainda estivesse no começo do jogo. Nunca desista até o último segundo, se desistir, o jogo já acabou.
Ele levanta do banco.
Levantar é bem mais difícil do que parece.
Era final de campeonato, meia hora antes, 1x1 ditava o placar, começo do 2º tempo, acirradíssimo, os dois times lutavam pelam vitória.
Mas tinha um filho da puta chato pra cacete lá, no ataque, correndo desesperadamente, como se aquele jogo valesse a vida dele.
Perderam a bola, contra ataque do time adversário. Como num piscar ele muda de direção e volta loucamente pra defesa, como se pudesse ser ao mesmo tempo atacante, meio de campo, lateral e se duvidar até goleiro, só não valia pegar com as mãos.
Mas valia qualquer outra coisa, valia se jogar no chão, valia correr mais do que suas pernas podiam aguentar, valia chutar a bola pra fora, apesar dele não gostar disso. Só não valia deixar eles fazerem gol. Era 1x1, dava pra ganhar.
A bola cai no chão. Perto dele, ele passou dela, tava correndo muito rápido, era só girar e a bola era a sua, aí era só avançar e fazer o gol. Ele girou.
O joelho não.
O joelho ficou.
E ele ficou no chão.
A dor era tanta que ele nem sabia se gritava, se chorava, se fazia careta, se se contorcia, ou se gritava por "mainha".
A dor do joelho?
Joelho um caralho.
A dor de não conseguir se levantar pra jogar mais.
Levaram ele pro banco, de maca.
Ele ficou sentado lá, vendo o jogo, sem poder fazer nada.
Como se estivesse vendo um jogo do Flamengo, na tv...Doido pra entrar lá dentro, e dar um jeito. Doido pra fazer alguma coisa, mas ele só podia torcer.
Dez, vinte, trinta minutos.
Trinta minutos do segundo tempo. Trinta anos. Mas ele se sentia como se ainda estivesse no começo do jogo. Nunca desista até o último segundo, se desistir, o jogo já acabou.
Ele levanta do banco.
Levantar é bem mais difícil do que parece.
Ele vai jogar.
Todos são contra, seus amigos, seu joelho, sua torcida, e com certeza se sua mãe estivesse ali agora, ela daria umas boas palmadas nele, antes de deixa-lo voltar.
Mas ele voltou.
Ele voltou pro jogo.
Cada passo era como se carregasse uma tonelada na perna. Mas ele corria assim mesmo.
Faltavam 15 minutos.
Mas o que eu não falei ainda, e que já não estava mais 1x1.
Quando ele sentou seu time levou um gol, depois mais um, e mais um.
Agora eram 4x1.
E não me diga que não dava mais pra vencer, porque dava.
Dava sim.
Bola na trave, bola pra frente, bola em jogo.
Gol.
Foi dele?
Não.
Foi de seu time.
Eram 4x2 agora.
Dez minutos
Cinco
Chute ao gol!
Bola do goleiro...
Quatro
Três..
Acabou.
Ele se jogou na grama morto, caído.
Não como um soldado derrotado.
Mas sim como aquele que volta da vitória.
Seu time perdeu, aquele jogo ele perdeu.
Mas para mim, não importa o placar, não importa o adversário.
Ela sempre será um vencedor.

--












sexta-feira, 3 de setembro de 2010

"Enquanto houver você do outro lado, aqui do outro eu consigo me orientar..."

Meu dia acabou de acabar =D

Foi um ótimo dia \o/ Como a esmagadora maioria dos dois de setembro. E a grande maioria de todos os outros.

Ficam aqui, as palavras sinceras dos meus grandes amigos.

E no lugar de separá-las por autores. Porque é que não se junta tudo numa coisa só?

Que os grandes escritores reconheçam-se aqui.

Grande abraço a todos.

Aquele abraço especial de aniversário.

---

Para um certo Sr. Minino, do sorriso mais gostoso do mundo :D

Meus parabéns e minha torcida, para que sua vida seja repleta de muitos beijos molhados, abraços gostosos e sorrisos sinceros!

Tudo de bom, e todas aquelas coisas gays que você tenha sempre o melhor vídeo game e zere muitos jogos.

Feliz aniversário cara! Te liguei essa hora (meio dia) pra não te acordar cedo!

Faz um ano que tua mãe me ligou pra eu te acordar cantando parabéns, lembra?
É, espero que essa data se repita muitas vezes =D

Tudo de bom pra tu, muitas felicidades, muitos anos de vida... Ei, já imaginou nos dois velhinhos com seus 80 e poucos conversando sobre animes e j music!

Que o meu grande amigo, do qual sinto grande saudade, e ao qual dedico grande sentimento, tenha um grande dia, um grande aniversário!
Grande abraço, grande irmão!

É big, é big!

Pois é menino GRANDE, um BIG aniversário pra ti, um BIG ano novo!

Me disseram que Feliz Aniversário em Japonês é assim: Tanjoubi omedetou! (Tá certo? Se não tiver aproveite pra rir bem muito!)

UM XÊRÃO, GOSTO DE TU MUITÃO!

"Essa foi a melhor coxinha que eu já comi na minha vida"

Parabéns Rafinhaaaa,

Saudade de tu aqui. Saudade dos abraços que te dei, dos que vou dar e dos que deixei de dar... bom, dos abraços.
Saudade do que somos quando estamos juntos! E sorriso num falta nessas horas...
Saudade de ser egoísta vezenquando, querendo teu sorriso de cara toda só pra mim.

Feliz dia, Menino Lunático, autista e sorriso, Rafa :)

Cara, eu passaria horas falando o quanto gosto de Rafael e todas as coisas boas que ele me lembra e o bem que ele me faz. Mas eu tenho, agora, pouco tempo e pouca disposição. Vida de gente quase grande não é bom :/
O bom é ser criança feliz quando Rafa tá aqui comigo. O bom é comer pizza com a mão e jogar imagem&ação, deixando tudo sujo. Bom é ver o por do sol, rir e tirar fotos engraçadas com Rafa. Bom é ler o que ele escreve, e ouvir o que ele diz com os olhos e com o sorriso. E que olhos, hein? E que sorriso :) Bom foi ter Rafa comigo no show de Nando Reis, nos docinhos pros aniversários, nos doces gigantes de leite, na dedicatória mais linda, no PICOTO. Bom é ter Rafa na minha vida. Ruinzinho ter ele longe, mas saber que ele existe é muito bom. Existe no mundo da lua, é fato, mas se quiserem, podem chamar meu coração de Lua. ^^
Desejo a Rafael tanta coisa boa. Todo dia ímpar e par de mês certo ou não.
Desejo as coisas que a gente já fez, as coisas que a gente vai fazer, sucesso como escritor e um espaço pra mim em suas obras \o/ Desejo teatro, o mágico. Muito sol, muita lua, muito sorriso grande como o dele e que o lápis que ele tem, naturalmente, no olho nunca se acabe. KKKKKKKKKKKKKKKKK'
Desejo pra mim, Rafael.
Na Lua e aqui, Rafa. Tudo de melhor que a vida pode te oferecer. E que eu posso, e que vc pode, e que tia Ely pode e que os buracos na lua de queijo podem. Tudo o que é bom, na menina certa. (era pra ser "medida", mas errei quando digitei e ficou bonito assim msm)
Menino que eu tanto gosto!

---

Ah, e só pra constar:

Amo vocês.

---

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Liberdade, o céu mais belo.

Liberdade é estar de férias.

Falei, simples assim.

Nem vou discutir, ou argumentar.

Liberdade é poder respirar.

Mas ainda me falta inspiração, como quase sempre. Ou como sempre, ultimamente.

Esse Nosso Castelo está quase que enfeitiçado em sono eterno.

Mas eu não desisto de escrever.

E pra quem ainda interessa em ler, fica um link.

Meio meu também. Meio do mundo também. Meio da gente.

Meio, "Céu mais belo".

Uma nuvem mais próxima que ando por escrever, e por lembrar grandes palavras.

http://hiltonrafael.tumblr.com/

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Eu disse que voltaria.

Andando de bicicleta eu me perguntava por que eu deixei de fazer isso.

A verdade é que eu amava os velhos tempos, há... Aquela Saudade dos dias passados. Onde eles ficaram? Por que eu mudei? Por que eu já não vivo mais neles. Isso é triste?

Depende. Você trocaria o que você vive hoje para voltar a viver os tão bons dias do passado?

Não, nunca. Eu amo o que vivo hoje, e não trocaria por nada, por mais que goste do passado.

Então se arrepende do passado e o trocaria por aquilo que vive hoje?

Não, eu não trocaria meu passado por nada, por mais que eu ame muito o que vivo hoje.

Então qual é a dúvida?

Nenhuma. O segredo é gostar de viver.

O segredo é gostar do que se vive.

Ou viver do que se gosta.

Do sol a lua, do céu ao mar num só dia.

permaneça com os pés na terra e olhar nas nuvens.

O céu nunca é o mesmo, há sempre algo novo pra se ver.

Eu disse que voltaria.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A volta. Admirada Borboleta

Já é quase fim de mês.

E esse já foi quase o primeiro mês sem post algum.

Porém mesmo que minhas palavras tenham se perdido em páginas velhas de tempos atrás.

Eu me recuso a desistir.

Tempos e tempos sem folhas na mão.

Meus pensamentos se perdem em vão.

Em 3,2,1... Gire a ampulheta, revolte-se.

Em 3,2,1... Não volte ao que já foi, melhore-se.

Em 3,2,1... 0

Pare de contar números sem glórias.

Pra tocar seus corações, com belas histórias.

---

Admirada borboleta.

A inspiração sempre vinha da lua. O triste, era o fato dela seguir o luar, da mesma forma que fazia o mar. Cheia de idéias por um tempo, em outras epócas, nem conseguia se fazer notada no céu.

Triste era nem ter inspiração. Mas ela tinha inspiração na medida que se apaixonava. Triste era, a inspiração seguir a paixão, da mesma forma que fazia o coração. Batendo acelerado por um tempo, mas em outras epócas, nem conseguia se fazer notado no peito.

Triste era jardim sem flores. Triste eram folhas em branco. Triste eram os dias preto e branco de Borboleta.

Borboleta era seu apelido, mas estava mais era pra lagarta. Sem graça, sem sal, sem asas, sem cores, sem brilho, quase morta.

Aquela cara de "isso é impossível" estampada em seu rosto. E aquele olhar, de "a vida já nem tem mais graça" de uma velha de 90 anos. Mas borboleta tinha apenas 16.

Porque borboleta? Ah, história comprida essa. Mas tem a ver com um garoto, um papel, uma sala, uma luz e... Uma borboleta.

Um dia borboleta andava sem graça, "like always" como ela mesmo dizia. Com a cara de sempre, o animô de sempre. Ela pisou numa carta, dessas de baralho, dessas que fazem castelos de cartas.

Sabe aqueles momentos totalmente insignificantes que mudam uma vida inteira?

Então, esse era um desses.

Ah, era uma carta de copas.

Um olhar, um susto, um som, um sorriso, uma carta de copas. Não necessariamente nessa ordem.

Borboleta era observada.

Era um...

(silêncio)

Fecham-se as cortinas.

Eis que o vento tira uma flor, pra dançar.

sábado, 5 de junho de 2010

Assinado: aqueles que não choram nos funerais.

Uma pássaro pode cair, se for para aprender a voar.

Um guerreiro pode cair, se sua lenda tornar-se eterna.

Uma montanha pode ser derrubada, se em seu lugar construírem algo mais belo.

O sol pode descer, pra dar seu lugar a lua.

Um homem pode morrer, se deixar sua vida marcada no coração daqueles que amou.

Prometa-me: "Nada serás em vão"

Você pode parar de sorrir, se... Não, você não pode parar de sorrir.

Prometa-me: "Não desistir"

Você pode deixar de lutar, se... Não, você não pode deixar de lutar.

E você pode amar quando... Quando você quiser.

Se tiver de morrer, que seja em nome da vida.

Lembre-se: um homem pode cair. Se souber se levantar.

E não esqueça de amar, lutar, de sorrir.

Não esqueça da sensação. "Eu vivi".

Prometa-me: "Não se arrepender do que fez."

Assinado: aqueles que não choram nos funerais.

Felipe.
Eliza.
Leandro.
Iraci.
Cadu.
Inês.
Deógenes.
André.
Drica.
Emanoel.

Nunca deixe pra depois.

Prometa-me: "Nada serás em vão"

Que eu prometo te encontrar.

E onde quer que eu esteja.

Serão lágrimas de felicidade.

domingo, 30 de maio de 2010

Ana, a garota que nunca ganhou um ursinho de pelúcia.

Nove horas, manhã, curso de inglês... Francês, alemão, espanhol... Japonês? Sei lá que língua era.
Sei que era a boca dela. Ana. Cabelos castanhos, olhos claros. Ana. Calça jeans, blusa branca. Queria vê-la de vestido. Ana e o mar, mar e Ana. Ana e a lua... Luana.
Sorrisinho.
Desenhava flores e corações em seu caderno.
Ana e o céu...?
Ana era flor branca, luz em sua volta. Como lua cheia em céu azul, cheio de estrelas.
Joga um papel no lixo.
A aula era irrelevante. Ela falava pouco, eu muito.
Se eu estivesse lá.
Ana, meu telefone. Ana e cartas, flores. E ursos de pelúcia.
Ana tinha um namorado.
Puta-sem-graça, daqueles que não dão flores, cartas nem ursinhos de pelúcia. Daqueles que não dizem eu te amo, ou quando dizem, mentem.
Ana tinha um amigo, e ele era meu amigo também.
Ana estava apaixonada pelo meu amigo. Ele prometeu dar a ela flores, cartas e um ursinho de pelúcia.
Ele não estava apaixonado por ela.
Ele estava apaixonado por Mayan.
Eu me perguntava se ele dava à Mayan flores, cartas e ursinhos de pelúcia.
Se eu estava apaixonado por Ana?
Eu nunca a vi.
Mas eu com certeza me apaixonaria se a visse.
Ana, uma garota que nunca ganhou cartas, flores ou um ursinho de pelúcia.
Sabe, a primeira vez que eu dei uma flor a uma garota eu devia ter uns 9 anos.
Eu queria dar uma flor a Ana.
Mas meu amigo nem vai deixar, ele é mal.
Sorrisinho.
Ana e o mar.
Sorrisinho.
Ana.
Vou te encontrar.
Flores brancas, com a luz da lua cheia ao redor.
Descem em folhas brancas, com a luz da escrivaninha ao redor.
Tornan-se tinta. Tornan-se eternas.
Tornan-se Ana.
Ana e o mar, mar e Ana.

domingo, 16 de maio de 2010

Pedido de Demissão.

Venho através desta, apresentar oficialmente meu pedido de demissão da categoria dos adultos. Resolvi que quero voltar a ter as responsabilidades e as idéias de uma criança de 8 anos no máximo.
Quero acreditar que o mundo é justo e que todas as pessoas são honestas e boas. Quero acreditar que tudo é possível. Quero que as complexidades da vida passem despercebidas por mim, e quero ficar encantado, com as pequenas maravilhas deste mundo...
Quero de volta uma vida simples e sem complicações! Cansei dos dias cheios de computadores que falham, montanha de papeladas, notícias deprimentes, contas a pagar, fofocas, doenças e a necessidade de atribuir um valor monetário a tudo o que existe!
Não quero mais ser obrigado a dizer adeus às pessoas queridas e, com elas, a uma parte da minha vida!
Quero ter a certeza de que Deus está no céu, e de que por isso tudo está direitinho neste mundo...
Quero viajar ao redor do mundo, num barquinho de papel que vou navegar numa poça deixada pela chuva.
Quero jogar pedrinhas na água, e ter tempo para olhar as ondas que elas formam.
Quero achar que as moedas de chocolate são melhores do que as de verdade, porque podemos comê-las e, ficar com a cara toda lambuzada.
Quero achar que chicletes e picolés são as melhores coisas da vida!
Quero ficar feliz quando, amadurecer o primeiro caju, a primeira manga ou, quando a jabuticabeira ficar pretinha de frutas.
Quero poder passar as tardes de verão, numa bela praia, construindo castelos na areia, e dividindo-os com meus amigos...
Quero que as maiores competições que eu tenha de entrar sejam um jogo de bola de gude, ou uma pelada...
Quero voltar ao tempo em que tudo o que eu sabia, era o nome das cores, a tabuada, as cantigas de roda, a “Batatinha quando nasce...” e a “Ave Maria...” e que isso não me incomodava nadinha, porque eu não tinha a menor idéia de quantas coisas eu ainda não sabia.
Quero voltar ao tempo em que se era feliz, simplesmente porque se vivia na bendita ignorância da existência de coisas que podiam nos preocupar ou aborrecer...
Quero estar convencido, de que tudo isso...
Vale muito mais do que o dinheiro!
A partir de hoje, isto é com vocês, porque eu estou me demitindo da vida de adulto. Agora, se você quiser discutir a questão, vai ter de me pegar...
Porque o pegador está com você!
E para sair do pegador só tem um jeito: demita-se, você também dessa sua vida chata de adulto mandando esta mensagem a todos os seus amigos, principalmente os mais sérios e preocupados.
Não tenha medo de ser feliz!

Maria Clara Isoldi White

sábado, 15 de maio de 2010

A true Hiro.

Dezoito horas, cidade pequena. Alguns anos atrás do presente. O viajante do tempo tem uma missão, salvar a donzela em perigo.
Parece fácil, porém existe um empecilho, ele precisa da ajuda de alguém. Quem? Seu arqui-inimigo.
O herói inicia sua batalha.
- Eu preciso de sua ajuda. – Conta ao vilão.
O vilão ri, sua resposta é clásssica.
- O que eu ganho com isso?
Esse movimento o herói já havia previsto, a resposta na ponta da língua.
- Não quer saber o que acontece com você no futuro?
O vilão fica interessado. Foi convencido, ele ajuda o herói. E logo em seguida, seus questionamentos surgem.
- Oque acontece comigo no futuro?
- Você torna-se imortal e consegue todos os poderes do mundo.
O vilão sorri.
E depois, sem mais o que fazer. Você morre, sozinho.
Por uns 3 segundos o vilão tenta encarar aquilo como uma futilidade. Seu esforço foi inútil. Obviamente aquilo o antingiu, como um soco na cara, na verdade pior. O desespero de sua alma foi evidente, seu espiríto, despedaçado.
O herói dá as costas e volta para o presente.
Presente, 3 dias depois. O vilão salva a vida de alguém.
Futuro, anos depois. O vilão torna-se um defensor da justiça.
E foi assim, sem disparar uma bala, sem desembainhar uma espada. Que eu assisti a uma grande batalha, e a uma inesquecível vitória.
Com um olhar e três palavras ele venceu. Na verdade até mais que isso. Ele o matou, sem nem precisar lutar.
Uma verdadeira vitória, um verdadeiro herói.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Rascunho 9,384

Meia noite, quarto pequeno, a meia luz. Ele era o homem que contava história com os olhos. Amante das horas de ouro. Admirador de flores. Sonhador muito, ambicioso pouco. Gostava de andar a pé. Sentado lá do alto, buscando as luzes da cidade grande. Chovia.

Escrever é igual chuva, quando tem que chover simplesmente chove e pronto, que nem escritor, quando tem que escrever simplesmente escreve e pronto.

Quando não chove...Paciência.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Tempo de escrever

Tempo de escrever
Tempo de recomeçar
De não parar
De seguir,
De ir.
De voltar,
Pra frente

Tempo de entender
De explicar
De notar
De ver
De tentar compreender
Que depois de tanto tempo.
De tantas perguntas.
É tempo de calar.

Tempo de...
Acreditar
Que por mais que você faça
Ou deixe de fazer
O tempo passa
Simplesmente assim

Como passa agora
Enquanto eu escrevo
Enquanto você lê
Enquanto para sempre
Agora eternamente já se foi
Sempre em um segundo será
Ou já durante algo que não segue

Pelas dúvidas que circundam sua mente
Por tudo que o faz parar mesmo estando em movimento
Por tudo que o faz mover-se mesmo estando parado
E digo-lhe

Não mais nada a dizer
Nada a comentar
Porque o universo é perfeito
Com cada coisa em seu lugar

Tempo de escrever
Tempo de continuar
Agora foi sempre
O ontem do amanhã

Será hoje ou
Nunca
Será




Eternamente

Como o tempo
Será
Eternamente

Como é
Tudo
Será

Eterno

Como sempre foi
Apenas lembre-se,
Você sabe
Por que a palavra escrita sozinha
Perdida no verso de cima
Ainda está em sua cabeça
Isto é porque com certeza
Ela significa
Algo

Algo importante
Que você não consegue lembrar
Mas o tempo
O tempo já sabe
Que é tempo
De recomeçar
Que é tempo
De escrever

--

Um poema perdido, de algum mês perdido, em algum ano perdido. Num cd perdido, por aí.

Mas não foi um tempo perdido.

8.

"Sempre... Sempre aqui."

---

sábado, 10 de abril de 2010

Diário de um poeta sem pena, ou tinta.

Sábado, 10 de Abril de 2010. Nada mais parece fazer sentido.

Ele morreu, já nem sei mais a quanto tempo. Os dias passam como areia que se arrasta pela ampulheta claustrófobica. O mundo é uma prisão.

Eu digito o texto e minutos depois ele surge do nada na tela. Meu computador me dizia que era 1º de Maio, e eu quase acreditei. Ps. - de 2006.

Ele morreu. E fui eu que o matei. Agora é tarde demais. Como a sombra da minha alma que vaga sem sentido por qualquer lugar, me despeço.

Vou deixar essa máquina de datilografar aqui. Sozinha. Não há muito que possa fazer por ela. Mas ela me permitiu deixar nas estrelas as minhas últimas palavras de Adeus. Ele caminha só. O azul de seu céu, de seu teto está perdido. E o asfalto nos seus pés, o gesso em sua cabeça, o tiraram a liberdade.

Sem mover-se um metro. Ele foi de Everest à Viagem ao Centro da Terra. Porém esqueceu-se do novelo de Ariadne.

A prata que se alinha gradualmente chega ao seu fim.

Sua espada, fincada na terra.

Descanse em guerra. As palavras em sua lápide

Começa a busca pela pena da fênix.

Porque todo fim, é um começo.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Uma luz passou a minha mão

Uma luz passou a minha mão
Era o sol
Eu tentei segurar
Ele apagou

Uma bela música passou aos meus ouvidos
Eu me aproximei para escutar
Ela parou

Uma bela garota olhou para mim
E quando eu fui olhar
Ela desviou

Então eu fechei os olhos
Esperando que tudo finalmente escurecesse
Balancei a cabeça
E tudo ficou claro para mim

Eu pude ver todos perfeitamente
Eu pude ver um sorriso no rosto de todos
Mas alguma coisa me dizia
Que aquilo era uma ilusão

Então eu me abaixei
E peguei os óculos escuros que estavam no chão
E vi que eu tinha um dom

Que os óculos escuros me faziam ver de verdade
Faziam-me ver o triste mundo real
Um mundo escuro

As pessoas viam os óculos escuros
E viam a tristeza em meu rosto
Mas não viam a felicidade em meu coração

De poder ver a realidade de todos
De poder ver as lágrimas de sangue em seus rostos
E mesmo com os óculos escuros
Eu sorria

Porque eu iria fazer com que aqueles sorrisos falsos
Que escondiam a realidade das lágrimas
Virarem pessoas de óculos escuros
Pessoas que pudessem sorrir

De verdade

---

Oito.

Em algum dia perdido, de 2007.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Às vezes, é preciso ser imortal.

Eu morri.
Foi tipo um assassinato... Bem vagaroso bem doloroso.
Eu morri.
Mas não foi a primeira vez...
Isso é tudo que você tem?
Então, pode me matar mais umas duas vezes essa semana.
E eu vou simplesmente levantar de novo.

Ele levanta.
Sangue nas mãos, sua blusa branca complemente manchada. Ele arranca a faca do peito, joga no chão. O sangue jorra.
Então ele dá as costas, e parte. Passos firmes, lágrimas nos olhos.
Mão fechada.
Ele começa a correr, às vezes é preciso correr.
As vezes é preciso dar as costas.
Nem doeu tanto assim doeu? Foi só mais uma queda.
E o que é uma queda pra quem já caiu tantas vezes?
E o que é uma morte?
Havia uma rosa no meio do caminho.
Será que era apenas mais uma rosa comum?
Eu não sei, mas eu estou deixando minhas dúvidas, para trás.

Levante-se.
Não precisa correr mais, você já está longe.
Olhe o horizonte, só existe uma estrada: pra frente...
Já da pra sentir cicatrizando.

Às vezes, é preciso ser imortal.
Mesmo que você não seja.
Ás vezes simplesmente é preciso ser.

É... Você tem que deixar o seu passado para trás.
Olha aqui, coisas ruins acontecem, e ninguém pode fazer nada pra evitar, certo?
Certo...
Errado!
Quando o mundo vira às costas pra você... Você vira as costas para o mundo!
Mas... Não foi isso que me ensinaram.

Então talvez precise de uma nova lição.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Eu lesistilia?

Agola, eu não sei o que acontecelia se encontlasse o sansão sem a Mônica.

Eu lesistilia?

Ou as minhas mãos ganhaliam vida plóplia?

Eu vou lesistir! Tenho uma causa!

Afinal, sou um homem ou um legume?

(Cebolinha)

E quando suas mãos ganham vida própria?

Quando as coisas acontecem sem que você queira.

Quando você perde o controlhe da situação.

Você resistiria?

....


Afinal, sou um homem ou um número ?

(Oito)

quarta-feira, 3 de março de 2010

Haikai


O inverno cede.
Diminuem as sombras, desponta amanhecer.
Renasce o universo.


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Hipoteticamente sonhador.

Vinte anos depois, trigêmeos. Era véspera de natal, 24 de dezembro. A árvore cheia de presentes. Os garotos tinham sete anos, os três juntos mexiam nos pacotes tentando descobrir o que era, sem abrir. Ele abre a porta que dá pra sala bem rápido e sai correndo e gritando:
-Peguei vocês!
Sorrindo, ele agarra um dos trigêmeos enquanto os outros dois correm. Por enquanto, afinal, nos últimos dias ele vem tentando descobrir uma técnica para segurar os três de uma vez... As últimas seis tentativas falhas. Mas ele sempre foi um cara persistente...
Ela mostra seu rosto, saindo da cozinha, as mão sujas de brigadeiro, nunca consegue cozinhar sem comer antes de ficar pronta a receita, aprendeu isso com ele. O mesmo sorriso de sempre, e a boca melada de chocolate.
Dois dos trigêmeos estavam atrás do sofá, ele soltou o que se debatia em seus braços, tentando fugir. E foi ao encontro dela, a beijou, vinte anos depois, e era uma das poucas coisas que ele nunca tinha enjoado de fazer.
Os garotos ficavam rindo de trás do sofá, como se estivessem invisíveis...
Ele tomou a colher de brigadeiro das suas mãos, e lambeu, ela deu aqueles tapinhas de sempre nele, dizendo: -Não faz isso! - E sorrindo.
Ele abraçou ela forte, beijou seu rosto. Ela o abraçou também, já não o empurrava mais. Ele nunca gostou dos empurrões.
Ele ficou olhando nos seus olhos, só uns dez segundos, mas pareceu que foi pra sempre.
E saiu correndo com a colher nas mãos.
-Quem quer brigadeiro?
Os trigêmeos saíram correndo de trás do sofá. E a colher logo voou de sua mão.
Ela ria sozinha na cozinha enquanto pegava outra colher.
Ele entrou no quarto, foi na parte mais escondida do guarda-roupa, e pegou uma carta antiga, de vinte anos atrás. Endereçada a ele, aquela carta tinha percorrido dois mil kilomêtros, pra mudar duas vidas.
Faziam duas semanas desde a última vez que eles tinham se visto. Agora separados, já tinham chorado várias vezes, mas ela... Ela estava mal de verdade. Resolveu escrever uma carta, essa que ele tinha em mãos agora. Ela começava assim:
“Descobri que não consigo viver sem você.” E terminava com... “Eu quero ficar do teu lado agora, e para sempre.”
Ele podia ter guardado aquela carta,e aquela lembrança pra sempre.
Mas não, ele não o fez.
Ele ligou pra ela, e em uma semana ela estava no avião.
Ela não voltou mais, foi a escolha que ela fez.
E nunca se arrependeu.

Minerva

Eis que ela parte
Com seus olhos de sombra
Com seus olhos de lápis

Promessas eternas jogadas no chão
Tudo parece ter sido
Em vão

Pior que estar só
É sentir-se um ser a mais
Mais do que desnecessário
Sentir precisa
A tua ausência.
Pra que ele sinta tua falta...

E porque ele não sente a tua falta?

Ela parte de volta aos braços
Daqueles que a amam
De onde ela jamais
Deveria ter
Partido

Ficam para trás as lembranças
E as lágrimas
Já suficientemente
Derramadas
Seu mar petrificou
Solidificadas em seu rosto
Tomam a forma de uma máscara
Escura como a noite

Eis que ela parte
Com seus olhos de sombra
Com seus olhos de lápis

Parte a escuridão eterna
Parte sozinha,
Minerva
Seus olhos nunca mais serão os mesmos

Cobertos por uma
Máscara de lágrimas
Seu amor a deixou
Por nada.

Eis que ela parte
Com seus olhos de sombra
Com seus olhos de lápis

Ela que amou
Uma vez
Sente que só se ama
Uma vez

Sente suas lágrimas
Cobrindo o rosto
Para sempre
Tornando-se uma máscara

...

A última carta a seu amor escrita.

No cantinho da página
“Da sua eterna Minerva”

...

Dar-se a impressão
De que nada mudou.
Mas é só impressão...

Eis que ela parte
Com seus olhos de sombra
Com seus olhos de lápis

Eis que ela parte
Sem nada

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Uma carta a 10 de julho de 2008 - 2ª Parte

Engraçado que a vida não parece se enganar se tomarmos como pressupostos alguns fatos, fatídicos ou não. Engraçado é como o dia aparentava não se importar como o que eu pensava sobre isso também. Isso supôs , logo ao levantar. Aquele momento de luta contra o eu interior que te fala alto e com autoridade:-Você estará sempre com o cansaço que quero que esteja e tudo pode esperar mais um dez minutos. Minutos estes suficientes para que eu não voltasse a ouvir o despertador (que por algum detalhe sórdido do destino era a minha televisão). Dormi. Acordei com as palavras e suor no meu corpo. Elas diziam Marina.
Levantei ainda sobre forte luta. E mesmo dormindo demais parecia que tinha ficado ainda mais cansado que a primeira vez. Tinha levado uma surra. Às vezes a vida me bate forte demais. Levante me dizendo que aquele seria mais um dia cansativo e coisas do tipo. Não fui à escola.
Tempos fáceis esses de criança. Assim pensam todos. Para mim era viver num drama. A escola parecia um velho internato de aberrações que por mais que fossem assustadoras para mim, eu como meus super poderes que julgava ter, ainda conseguia assustá-los ainda mais.
Ninguém gostava de mim. Assim pensava. Eu não gostava de ninguém. Isto estava prestes a mudar.
Decidi marcar algo, qualquer coisa que me livrasse daquele momento e daquele lugar. Que me levasse pra longe. Que me deixasse disperso por um tempo. E desperto. Dormir eu não conseguiria mais. E tem horas que até os jogos conseguiam me cansar de uma maneira que me assustava às vezes. Sei lá. A vida não tinha mais graça.
Liguei para o Alberto. Disse o de sempre. Tédio? Perguntei. Tédio. Respondeu. Ele também era bem previsível assim como eu fui. Talvez seja. Você consegue me responder isso Amanda? Lembro daquela frase de uma autora que dizia que perdeu sua face em um espelho. Devia ser um espelho desses bem velhos que ela nem lembra onde deixou para ir procurar.
Talvez me sinta assim. Perdi meu coração naquele dia. E isso foi só o começo de uma terrível história de perdição. Nós começamos a perder e parece um esporte tão divertido. Esquecemos de parar. Esquecemos muitas coisas no caminho, Amanda.
Saímos.
Cansados de tudo e todos. Fomos em lugares encontrar tudo e todos.
Cinema? Sim, parece uma boa. O que acha? Ah! Meu amigo... Não acho nada... Conversei com um rapaz novo da turma ontem. E aí? Ele parecia mais velho. Pensou que ia te entender? Pensei. E...? E ele parece gostar de tudo que a maioria pré-adolescente gosta... Ele me dá nojo agora. Não tente... Nunca mais... Talvez alguém de seus 45 anos? Alberto... Um dia você vai entender que nascemos mortos.
Não eram frases de crianças de 15 anos.
Aumente o drama Dj. Alguém dizia isso?
Chegamos. Lugar comentado. Todos fugiam da escola para lá. Todos apareciam depois. E nós fomos, mesmo não querendo encontrar ninguém (oh! Quão errado eu estava... Eu queria encontrar a Marina... Mesmo sem nem conhecê-la). Algumas pessoas falavam conosco. Outras não. Outras esbarravam. Não começamos nenhuma briga. Você lembra desse meu jeito de não entrar em certas coisas que sei que vou perder não é mesmo?
Continuamos. A fila crescia. Tédio. Tédio. Tédio.
Ou o quê?
Foi num pulo. Foi num momento. Foi em um lançar de olhar.
Eu a vi passar por mim.
Seu nome? Marina, belo como as ondas do mar e os versos que cantaram por Mariana. E como todas as outras muitas, uma ou duas garotas que conheci na vida. Eu jurei que ela seria minha. Frase obsessiva, possessiva, e sejamos sinceros, infantil.
Mas era uma promessa.
Não sabia seu nome até essa hora.
Quem é ela? Quem é ela, Alberto? Ela quem? A menina do vestido amarelo! Ok. Qual delas? Aquela... Com a flor no cabelo...a mais linda de todas... Ela? Não seja idiota. Ela nunca vai te olhar. Seu nome é Marina. Ela nunca olha para ninguém. É um desafio para qualquer um.
Aquela palavra.
Eu queria ver seus lábios se movendo naquele momento dizendo:-Desafio. Que palavra aterradoramente linda.
Eu disse a Alberto.
Adoro Desafios.
E parti em sua direção.
Neste momento eu perdi meu coração...

(Ás de Espadas)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Sonhando acordado

Ele atende o telefone.
- Quem é?
- Você já sabe.
Ele faz cara de... “Você de novo”.
E escuta o mesmo “blá blá blá” de sempre.
É como uma caverna escura e sombria.
Onde não se vê um palmo a frente do nariz.
Chove.
É você está deitado na lama.
A água faz esforço pra fechar teus olhos.
Você os mantém abertos.
Sem saber porquê.
Mas os mantém abertos.
O som do vento, misturado com os pingos d’água caindo.
Lembra-te um solo de piano.
E te faltam até palavras, pra dizer qualquer coisa.
Numa tentativa desesperada, você pega um papel, coloca numa garrafa de vidro, e joga no mar.
O papel está em branco.
Mas ainda te resta a esperança de que alguém escreva algo nele, e jogue de volta no mar. E você o encontre.
É tipo, uma chance em 6 bilhões.
Levante-se, e continue correndo.
A chuva não vai parar.
Mas, simplesmente continue correndo.
Run Forrest, Run.
Keep running.
Chegue a qualquer lugar.
Ele acorda.
Nada é apenas um sonho
Tudo é apenas o mesmo erro.
Cometido mais umas muitas vezes.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Uma carta a 10 de julho de 2008.

Querida Amanda, me desculpe, eu não vou voltar. Mande lembranças a Jeff, um grande abraço a Kadu.
Deixe-me contá-la. Era um simples, 10 de Julho do ano de 2008, o dia fatídico, tudo mudou, os crepúsculos e as luas cheias nunca mais foram as mesmas.
Primeiro, eu me apaixonei. Não foi a primeira vez, e você sabe disso. Mas você entende que isso por si só não muda nada. Segundo, eu a amava, ela também amava... mas era o Lucas.
Normal até agora, mas isso tudo ainda não muda nada. Era apenas mais um caso comum de triângulo amoroso, e uma história super sem graça de três adolescentes de 15 anos que mal merecia ser escrita no diário dela.
Seu nome? Marina, belo como as ondas do mar e os versos que cantaram por Mariana. E como todas as outras muitas, uma ou duas garotas que conheci na vida. Eu jurei que ela seria minha. Frase obsessiva, possessiva, e sejamos sinceros, infantil.
Hoje, já faz dez anos. E você deve estar se perguntando agora, porque eu não vou voltar. E que merda isso tem a ver com 10 de julho de 2008.
Eu mudei, sim, foi isso. E não foi hoje, não foi ontem. Foi naquele dia fatídico. E não foi você, nem eu. Foi ela, Marina. Um vestido amarelo, uma flor que eu não sei o nome na cabeça. Cabelos ao vento, câmera em “slow” eu ainda lembro dela dessa forma.
...
10 de julho de 2008.
Eu acordei, e o sol forte me dizia que aquele ia ser mais um dia do tipo “igual a todos os outros”. Por mais incrível que pareça, ele estava enganado.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Coincidências sem destino.

Estaciono meu carro na frente do seu. Velho amigo, dos tempos de infância, parado na pista. Quase não o reconheci. Seu carro, vermelho, nem tão novo nem velho. Pneu furado, ele estava sem estepe. Eu desci do meu carro, aquele abraço... Conversa vai, conversa vem, estávamos trocando o seu pneu, eu tinha um estepe, serviu. Foi então que me lembrei daquele dia... E o perguntei:

- Cara... Tanto tempo depois e nós estamos aqui, conversando, brincando, como os velhos amigos que éramos! Lembra? Por que nós paramos de se falar como antes? Por que temos de conversar só quando acontecem coincidências com essa?

- É complicado não é? A vida segue cada um toma seu rumo. As pessoas passam pela vida da gente, e anos mais tarde... Foi tudo apenas uma lembrança. Naquela época, ninguém pensa nisso. Já te falaram que só notamos as flores da primavera, no inverno?

- Pra falar a verdade, não! Mas acho que é assim que tem de ser, temos de lembrar das flores no inverno e sentir saudade delas, caso contrário, digo se as notasse na primavera, eu teria zelo, colocaria todas as flores em caixas de vidro, e elas ficariam lá intactas, lindas e elegantes, por outro lado eu nunca sentiria o aroma doce que vem delas.

- Talvez você tenha razão velho amigo. Flores não foram feitas pra serem admiradas pelo resto da vida. Elas brotam, desabrocham... E... Murcham. Por mais que não se queira às vezes, as coisas são naturalmente assim. Elas simplesmente... Terminam. É no final, tudo passa.

Mas é sempre bom encontrar um velho amigo nas esquinas de qualquer lugar.

(Por Oito e Valete de Espadas)

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Primeira carta a Alita

Ela corre, perseguindo carros. Uma jasmim em seus cabelos, uma máquina fotográfica em mãos. Sempre sorrindo. Um sorriso sincero. Ela sobe as escadas da passarela, mora em cidade grande. Faltam mais ou menos dois minutos para o pôr-do-sol.

Ela senta lá no alto, sem apoio para as costas. Um leve empurrão, uma queda a metros abaixo, e ela em poucos segundos seria obrigada a desistir de todos os planos futuros que tinha na vida. Bom, na verdade... Ela não tinha lá tantos planos futuros assim.

Ela bateu fotos do pôr-do-sol, algumas bonitas, de ângulos normais. Outras de cabeça pra baixo, ou em diagonal, e algumas incluíam até as cabeças das pessoas que passavam pela passarela.

Cuspiu lá em baixo o chiclete de morango. Ela estava a pé hoje. Desceu da passarela pela rampa, a descida é sempre mais legal. Passa um vento forte, ele leva a jasmim de seus cabelos. Ela para um segundo pensando em buscá-la, mas bate uma preguiça...

É quase noite, ainda cedo, restam dois metrôs e dois ônibus hoje, ela estuda a noite. E agora não está nada empolgada pra ir à faculdade. Mas ela vai.

Ela tira outro chiclete de morango do bolso, pra boca. Caminhando a pé até a estação de metrô. Pensa em parar no meio do caminho pra comer porcaria, mas desiste da idéia.

Ela chegou.

Hipoteticamente falando claro. Ao menos nesse caso.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Recanto das letras...

Olá a todos!

Eu fiz uma página no recanto das letras, vou postar lá meus textos antigos.

Pra quem perdeu algum, agora é a oportunidade =D

Grande abraço...

Oito

http://recantodasletras.uol.com.br/autor_textos.php?id=68113&categoria=7

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Chronos ceifa o espelho

Onde morreram nossas idéias?
Onde ficou o quê eu acreditei?
O universo tomado por você
E nosso castelo sem cartas
Mais parado do que pedra
Estou eu.

Como o curso das águas que muda
Traz o vento da renovação
Faz queimar a rocha
A queda do trovão

Chronos tudo ceifa
O futuro, o passado
E até o presente
Não se sente mais
Como sendo seu

Porque?

Porque a mudança
É própria da existência
Não é ?

Crie
Refaça
Reinvente
Renasça

É você?

Porque cair,
Até as montanhas caem.
Mas nada
Permaneçe no chão.

Reergam-se as portas
Reabram-se as cortinas
O narrador do circo
Avisa a platéia
Já é hora
Do próximo número

O espetáculo há de continuar
Sai o palhaço,
Que entre o comediante...

Porque se o mesmo homem
Não há de se banhar no mesmo rio
Foi porque Chronos
Majestoso, Impiedoso
Tem mais lembranças em sua foice
Do que qualquer um de nos
Poderá imaginar

O crepúsculo emerge belo.
Apenas jogue um pouco mais
De vermelho
Neste quadro...

E assim como a maçã
Ele simbolizará
Eternizado

Embaralhemos as cartas
É um novo jogo.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Postagem clássica de 4 de janeiro

É ano novo!

Um número incontável de pessoas devem ter refeito as mesmas promessas que fizeram ano passado.

Um número contável de pessoas devem ter percebido que estão refazendo as mesmas promessas porque não conseguiram cumpri-las.

Eu, prometi que esse ano faria menos promessas...

Acho que foi o mesmo que prometi ano passado.

O mais engraçado de tudo, é a determinação pela mudança.

Penso eu, que ela é um vírus mais comum que a gripe.

E quem não levantou a cabeça e abriu a boca pra dizer que no próximo ano iria fazer diferente?

Eu penso que talvez já tenha aprendido a lição de que eu vou ser sempre eu mesmo.

Talvez algumas coisas simplesmente mudem mesmo.

E outras simplesmente não.

Simples assim.

Enfim, ao menos uma boa idéia parece ter surgido nesse fim de ano.

Vou começar uma coleção nova =D

Estranho... Esse me pareceu o fim de ano mais estranho que já tive...

A lua cheia se foi.
Aguardo o por do sol agora.
A noite é bela.
Acendams-e as velas,
Do novo.

As mesmas antigas velas,
Queiman um fogo novo.
As mesmas antigas espadas,
Carregam a vontade nova.

Celebrem o ano novo!
Sobre o céu estrelado.
Celebrem o que há de bom!
Porque o que há de mal,
Não será lembrado.

Feliz dia novo pra vocês...

Nos encontramos nas esquinas, de qualquer lugar.

Oito.