Nosso Castelo de Cartas

Nosso Castelo de Cartas

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Minerva

Eis que ela parte
Com seus olhos de sombra
Com seus olhos de lápis

Promessas eternas jogadas no chão
Tudo parece ter sido
Em vão

Pior que estar só
É sentir-se um ser a mais
Mais do que desnecessário
Sentir precisa
A tua ausência.
Pra que ele sinta tua falta...

E porque ele não sente a tua falta?

Ela parte de volta aos braços
Daqueles que a amam
De onde ela jamais
Deveria ter
Partido

Ficam para trás as lembranças
E as lágrimas
Já suficientemente
Derramadas
Seu mar petrificou
Solidificadas em seu rosto
Tomam a forma de uma máscara
Escura como a noite

Eis que ela parte
Com seus olhos de sombra
Com seus olhos de lápis

Parte a escuridão eterna
Parte sozinha,
Minerva
Seus olhos nunca mais serão os mesmos

Cobertos por uma
Máscara de lágrimas
Seu amor a deixou
Por nada.

Eis que ela parte
Com seus olhos de sombra
Com seus olhos de lápis

Ela que amou
Uma vez
Sente que só se ama
Uma vez

Sente suas lágrimas
Cobrindo o rosto
Para sempre
Tornando-se uma máscara

...

A última carta a seu amor escrita.

No cantinho da página
“Da sua eterna Minerva”

...

Dar-se a impressão
De que nada mudou.
Mas é só impressão...

Eis que ela parte
Com seus olhos de sombra
Com seus olhos de lápis

Eis que ela parte
Sem nada

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