Nosso Castelo de Cartas

Nosso Castelo de Cartas

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Coincidências sem destino.

Estaciono meu carro na frente do seu. Velho amigo, dos tempos de infância, parado na pista. Quase não o reconheci. Seu carro, vermelho, nem tão novo nem velho. Pneu furado, ele estava sem estepe. Eu desci do meu carro, aquele abraço... Conversa vai, conversa vem, estávamos trocando o seu pneu, eu tinha um estepe, serviu. Foi então que me lembrei daquele dia... E o perguntei:

- Cara... Tanto tempo depois e nós estamos aqui, conversando, brincando, como os velhos amigos que éramos! Lembra? Por que nós paramos de se falar como antes? Por que temos de conversar só quando acontecem coincidências com essa?

- É complicado não é? A vida segue cada um toma seu rumo. As pessoas passam pela vida da gente, e anos mais tarde... Foi tudo apenas uma lembrança. Naquela época, ninguém pensa nisso. Já te falaram que só notamos as flores da primavera, no inverno?

- Pra falar a verdade, não! Mas acho que é assim que tem de ser, temos de lembrar das flores no inverno e sentir saudade delas, caso contrário, digo se as notasse na primavera, eu teria zelo, colocaria todas as flores em caixas de vidro, e elas ficariam lá intactas, lindas e elegantes, por outro lado eu nunca sentiria o aroma doce que vem delas.

- Talvez você tenha razão velho amigo. Flores não foram feitas pra serem admiradas pelo resto da vida. Elas brotam, desabrocham... E... Murcham. Por mais que não se queira às vezes, as coisas são naturalmente assim. Elas simplesmente... Terminam. É no final, tudo passa.

Mas é sempre bom encontrar um velho amigo nas esquinas de qualquer lugar.

(Por Oito e Valete de Espadas)

Um comentário:

  1. "só notamos as flores da primavera no inverno"
    é preciso perder para entender as coisas.

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