Nosso Castelo de Cartas

Nosso Castelo de Cartas

sábado, 10 de abril de 2010

Diário de um poeta sem pena, ou tinta.

Sábado, 10 de Abril de 2010. Nada mais parece fazer sentido.

Ele morreu, já nem sei mais a quanto tempo. Os dias passam como areia que se arrasta pela ampulheta claustrófobica. O mundo é uma prisão.

Eu digito o texto e minutos depois ele surge do nada na tela. Meu computador me dizia que era 1º de Maio, e eu quase acreditei. Ps. - de 2006.

Ele morreu. E fui eu que o matei. Agora é tarde demais. Como a sombra da minha alma que vaga sem sentido por qualquer lugar, me despeço.

Vou deixar essa máquina de datilografar aqui. Sozinha. Não há muito que possa fazer por ela. Mas ela me permitiu deixar nas estrelas as minhas últimas palavras de Adeus. Ele caminha só. O azul de seu céu, de seu teto está perdido. E o asfalto nos seus pés, o gesso em sua cabeça, o tiraram a liberdade.

Sem mover-se um metro. Ele foi de Everest à Viagem ao Centro da Terra. Porém esqueceu-se do novelo de Ariadne.

A prata que se alinha gradualmente chega ao seu fim.

Sua espada, fincada na terra.

Descanse em guerra. As palavras em sua lápide

Começa a busca pela pena da fênix.

Porque todo fim, é um começo.

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