Nosso Castelo de Cartas

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sábado, 15 de janeiro de 2011

Chain Break (parte 2)

Ele chamava essa regra de “Chain Break”. A cada hora que se passava, toda vez que o ponteiro acertava horas exatas às 8h às 9h às 23h. Ele tinha uma chance de quebrar a rotina. Uma vez por dia quando o relógio acertasse uma hora, ele tinha que fazer algo pra quebra - lá. Por quê? Porque sim oras. Ele teve essa idéia um dia gostou e resolveu aplicá-la. E deu certo, os “chain breaks” eram geralmente os melhores momentos do seu dia.

Eu não estou falando de nada excepcional, ações que mudassem sua vida ou dessem pra fazer um filme. Eram coisas simples às vezes ele só deitava no chão (não importando onde estivesse) as vezes corria tentava pular a primeira coisa alta que via na frente (esse lhe rendeu um tombo feio uma vez) teve um dia que ele resolveu fazer uma receita pegando ingredientes com os olhos fechados (não deu certo também) outro ele fez seu próprio jogo de tabuleiro (apesar de ninguém nunca ter jogado) uma vez escreveu uma poesia. Teve uma hora que pegou uma flor e entregou pra primeira garota bonita que viu, ela sorriu ele sorriu também e foi embora (podia ter ao menos perguntando o nome dela...). Não importava realmente o quê John ia fazer o quê valia mesmo era o “fazer”. Qualquer coisa estranha, inesperada, imprevisível a primeira coisa que lhe viesse na cabeça. E seja lá o quê ele estivesse fazendo sempre durantes os “chain breaks” John estava sorrindo, rindo, sei lá. Era legal e ele se divertia muito com isso.

A coisa já estava ficando até mais elaborada. Tinha o “final break” que ocorria as 23:59 e era a última chance dele de quebrar a rotina naquele dia. Ele ficava olhando pro relógio e dizendo... “O dia ainda não acabou!” Enquanto eram 23:58... E um minuto depois ele fazia qualquer coisa. O primeiro “final break” foi um dia totalmente perdido, chato pra caralho onde teve uma reunião chata no trabalho, um café derramado na blusa, um ônibus perdido e uma série de acontecimentos reunidos que o impediram de conseguir um “chain break”. Naquele dia quando ele olhou pro relógio e viu que já tinham passado das 23h aliás já eram 23:59 e que ele teria passado um dia sem um “chain break” ele gritou: “Não!” Saiu do seu apartamento, desceu as escadas e foi correndo no meio da rua as 23:59 com a roupa do trabalho... Aproximadamente 4 minutos depois ou tempo que o grande físico sedentarista de John o levou pra cair sentado no chão. Ele deitou, olhou pro céu e... Lembrou-se que era perigoso onde morava e era melhor ele sair correndo de volta pra casa. Foi o que ele fez... Não me pergunte porquê, mas ele voltou correndo e sorrindo. Meio coisa de louco mesmo.

Tinha outra regra também. Sabe quando ele entregou a flor pra garota no meio da rua? Pois é, ele teve a idéia pegou a flor olhou pra um lado e outro viu uma garota bonita foi em direção a ela e... TU DUM... TU DUM... Seu coração bateu forte e rápido pra caramba. E ele começou a pensar... E se ela achar ruim? E se me der uma tapa? Gritar comigo? E se o namorado dela tiver por aqui? E se o namorado dela for um cara grande e forte? E se? OH MEU DEUS. E se... E se... Ele parou um segundo a garota passou por ele. Ele tinha ficado com muito medo pra entregar a flor, ele tinha ficado com muito medo pra conseguir aquele chain break. Foi aí que ele inventou mais essa regra “Não existe medo durante um chain break” Virou, tocou o ombro da garota olhou pra ela sorriu e disse “pra você” ela sorriu, ele virou as costas e foi embora.

Pois é, já tem o “chain break” o “final break” e o “Não existe medo durante um chain break” com essa já são 3 regras. John nunca gostou de coisas complicadas, a coisa começou com uma regra e agora já eram 3! Mas hoje John estava realmente a fim de tentar algo mais novo e mais difícil ainda. Ele deu o nome de “hard break” e ia ser a última regra.

A idéia era simples o “hard break” consistia em convencer alguém a fazer um “chain break” junto com ele. Por isso o nome “hard” afinal fazer uma loucura sozinho é tranqüilo mas convencer alguém a fazer junto... É “hard”.

Hoje ele ia tentar o primeiro “hard break”, aliás, ele ia tentar um “final hard break” As 23:59 ele ia pegar o celular, ligar pra um contato aleatório da agenda e convencer seja lá quem fosse a fazer qualquer maluquice junto com ele.
Considerando as habilidades de John de convencer as pessoas. Ele julgava que isso ia ser difícil pra caramba. Talvez... Se ele tentasse ligar mais cedo, ou... Ligasse pro ser melhor amigo... Podia ser mais fácil.

Mais aí não teria tanta graça assim. O divertido dos “chain breaks” é exatamente a parte em que o destino se mete. Então teria que ser as 23:59 e teria que ser uma pessoa aleatória.

Ele passou o dia pensando nisso.

23:58... 23:59 Era agora, já estava com o celular na mão, colocou na agenda, fechou os olhos e escolheu um número. Discando...

Era o número de uma garota.

Foi nessa hora que ele pensou... Anh... Acho que a probabilidade dela simplesmente não atender e assim irem por água abaixo meus grandes planos é imensa.

Tu...Tu...Tu... (o celular)

TU DUM... TU DUM...TU DUM... (o coração de John)

...


- Alô?

4 comentários:

  1. Alo?
    ...
    ...
    ...
    eeee? ai to curiosa pra ver o resto >.<

    Narrativa empolgante *.*

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  2. Aaaaah

    Tinha que parar justo nessa parte, hein?


    ;)
    :*

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  3. Você é mal cara.... To mais ancioso pelo chain Break 3 do que o próximo naruto xD.

    Valeu pela visita no falta de criatividade, me emocionou.

    Abraço cara. até a próxima.

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  4. Massa o Chain Break, ansiosa também *--*
    Sim,
    adorei a Rosette ai do lado :*

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