Nosso Castelo de Cartas

Nosso Castelo de Cartas

terça-feira, 1 de março de 2011

Cause the times they are changing.

1º de Março de 2011.

Eu mudei. Acho que isso já é inegável.
Olhando pra trás já fazem 2 anos que comecei a escrever aqui. Eu acho que mudei muito nesses últimos dois anos.
O problema é que fico o tempo inteiro me perguntando se eu gostei de mudar.
Hoje eu abri a gaveta das lembranças.
Tem um "Simba" de quando eu fazia a 3ª série, um gibi da Mônica que um amigo meu da 1ª série me deu. Tem uma foto num porta-retrato em forma de coração. Tem uma coleção de... Nem vou dizer. Tem um golfinho que era de uma amiga minha quando eu fazia a alfabetização. Um presente que nunca dei. Um presente que ganhei da minha 1ª namorada. Um presente de despedida que uns amigos meus de terras distantes me deram. Tem uma lapiseira de uma amiga minha. Um livro que a minha avó me deu. O manual de instrução do meu PS1. A coroa da 1ª vez que comi no BK. Os rascunhos das tirinhas do blog. Um chaveiro do melona. Os papéis da 1ª viagem da Entei no Dan a Sampa. Tem lembranças da Acrópole, meu cabelo de Padawan. A camisinha de banana que a Mary me deu (sorry, essa eu não vou usar :p) e a aquisição mais recente foi uma tampa de "Ice" e uma promessa. Enfim tem um monte de bagatelas que não fazem sentido pra ninguém a não ser pra mim.
Eu tenho tanto orgulho do meu passado, de uns grandes amigos que fiz, das "histórias pra contar pros netos" do cosplay de cabelo vermelho, acho que até de jogar futebol em frente da rua de tiara, gordo e sem blusa eu me orgulho.
Eu lembro que no começo eu queria mudar. Mas hoje eu já não sou tão certo disso. Eu comecei querendo e depois perdi o controlhe, mudei no automático.
Eu me peguei conversando com uma amiga e dizendo: "Estou fazendo academia agora!" e ela me lembrou: "Não era você que vivia dizendo que nunca ia fazer academia."
Não que eu me arrependa de ter começado a academia, pelo contrário. Me arrependo do tempo que fiquei parado praticamente sem fazer nenhum exercício. Ficar parado eu nunca gostei e essa é uma das coisas que luto pra não mudar.
Mas eu interpretei esse trecho do diálogo como o destino jogando na minha cara "você mudou!"
Tá isso eu entendi., mas o meu questionamento agora é: se eu gostei disso ou não.
Porque hoje, eu gosto um bocado do cara que fui.
Me resta saber se gosto desse cara que sou.
Eu acredito que a história funciona em ciclos, mas já faz um bom tempo que acho que estou no fim de um, o que eu não encontro é o princípio do próximo.
Quando foi a última vez que eu fui a "lugares onde carros não vão"? E o que mais me pergunto quando foi a última vez que me empolguei pra qualquer coisa como eu costumava me empolgar.
Eu que nunca me imaginei pensando "o quê vamos fazer hoje?" Nunca, eu sempre tinha 2 planos em cada bolso. Onde ficou aquela "alma de prata"? Quando foi a última vez que saí de casa só pra ver o pôr-dol-sol ? Quando foi a última vez que fiz uma promessa ? Quando foi a última vez que me importei...
Eu fiquei pensando se esse texto ficou depressivo, se ficou, com certeza não era a intenção. Eu não estou chorando em cima de lembranças antigas da gaveta das lembranças e me lamentando porque certas coisas mudaram.
Eu só resolvi abrir a gaveta, olhar pra uns objetos e falar: "Porra. Eram putas bons tempos." Não que eu não goste dos atuais, mas "Porra. Eram putas bons tempos."
Mas pra falar a verdade acho que quando eu estava neles nem sempre eu os achava tão bons assim.
Talvez daqui a dois anos eu esteja olhando pra gaveta das lembranças atualizada, pensando em hoje e falando "Porra. Eram putas bons tempos."
Mas já chega de falar como se eu tivesse umas décadas de anos pra trás.
Foi-se minha dose de passado. Back to the present.
Porque outra coisa que sempre acreditei foi que o presente é o mais importante. E é outra coisa que não quero mudar.

Até mais, e obrigado pelos peixes.

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