Os olhos.
Dava pra se perder nos olhos dela.
Eu olhava fixamente para eles e adentrava em seu olhar como se fosse outro mundo.
E na verdade era outro mundo mesmo.
Uma dimensão perdida onde o tempo passava de uma forma completamente diferente.
Às vezes eu olhava por segundos e passavam horas, às vezes eu olhava por horas e passavam segundos.
Dava pra me encontrar nos olhos dela.
Quando eu via o reflexo do meu rosto lá dentro eu era tão pequeno. Eu podia caber inteiro no seu mundo.
Eu me achava lá e parecia que naquele momento eu tinha todas as respostas pra tudo.
Ela era a resposta pra tudo.
Os olhos dela eram como o mar. Como ondas que te atraem para dentro. Você vai se aproximando aos pouquinhos e quando percebe, tarde demais, já está perdido.
Perdido no meio da imensidão do mar, assim como eu me perdia nos olhos dela. Olhos de maresia.
Me perguntavam o que eu via naqueles olhos, mas a verdade mesmo, era que nenhuma outra coisa eu via, só existiam aqueles olhos nos meus pensamentos.
Adentrei nos olhos dela e me perdi. Como todo romântico incurável, estava apaixonado e agora já era tarde demais, e foi tudo culpa daqueles olhos.
O problema de ser romântico incurável é que a gente gosta. Todo poeta que se perde em palavras de amor adora se perder.
Então é só se deixar cair.
Caí de costas num abismo.
Tudo por causa dos olhos dela.
E ainda caí sorrindo.
Sempre quis nascer pássaro.
Até que um dia eu descobri como os homens voam.
Escrevendo poesia.
Nosso Castelo de Cartas
domingo, 27 de dezembro de 2015
sábado, 14 de novembro de 2015
terça-feira, 6 de outubro de 2015
Diálogos Curtos - Sobre a vida
No restaurante.
Garçom (chega com os refrigerantes na bandeja): com licença, você pediu fanta laranja ou sprite?
Ele (sorrindo): na verdade eu pedi uma coca.
(olha pra ela)
Viu! Dá pra resumir a vida inteira nesse diálogo. É assim que as coisas funcionam.
Ela: dramático.
(10 minutos depois)
Ele: nada de coca ainda, sabia que eu devia ter me contentando e ficado com aquele sprite mesmo.
(chega a coca)
Garçom: e você moça, vai querer beber algo?
Ela: sim, uma fanta laranja.
(10 minutos depois)
Garçom: foi você que pediu um sprite moça?
Ele e ela: (risos)
Garçom (chega com os refrigerantes na bandeja): com licença, você pediu fanta laranja ou sprite?
Ele (sorrindo): na verdade eu pedi uma coca.
(olha pra ela)
Viu! Dá pra resumir a vida inteira nesse diálogo. É assim que as coisas funcionam.
Ela: dramático.
(10 minutos depois)
Ele: nada de coca ainda, sabia que eu devia ter me contentando e ficado com aquele sprite mesmo.
(chega a coca)
Garçom: e você moça, vai querer beber algo?
Ela: sim, uma fanta laranja.
(10 minutos depois)
Garçom: foi você que pediu um sprite moça?
Ele e ela: (risos)
terça-feira, 8 de setembro de 2015
Lançamento do meu livro! - Nosso Castelo de Cartas
Olá
a todos!
É
com muito prazer que os convido para o lançamento oficial do meu livro - Nosso
Castelo de Cartas.
Será
na Universidade Católica (Taguatinga) dia 17/09/15 às 21h (Auditório do Bloco
M)
Acontecerá
durante o encerramento do XIII Encontro de Letras da UCB, farei uma breve
apresentação do projeto e em seguida estarei disponível para vendas e
autógrafos.
Foram
quatro anos de escritos e mais dois de extensivas revisões. Muitas histórias
pra contar. Nosso Castelo de Cartas é uma antologia de contos, poemas,
crônicas, pensamentos, histórias curtas, diálogos. Palavras.
Muitos
amigos já leram as histórias do blog Nosso Castelo de Cartas, pra quem ainda
não conhece deixarei o link aqui pra vocês:
E
pra quem já acompanha o blog a algum tempo, saiba que o livro contém além de
uma super reedição dos melhores textos do blog, textos inéditos.
E
se você não tem como comparecer para comprar pessoalmente, não se preocupe!
Também é possível adquirir o livro pela internet, deixarei o link aqui:
E
se você quer saber mais, nesse link em cima você encontra a sinopse do livro e
ainda é possível visualizar as 15 primeiras páginas na opção "leia um
trecho". Achou pouco? Só clicar no blog que lá tem muito mais.
A ideia do lançamento e de vender os exemplares é somente para divulgar meu
trabalho, não tenho nenhuma intenção de retorno financeiro com o projeto, estou
vendendo a preço de custo (R$ 25,00)
Eu queria mesmo era poder dar um exemplar para todos vocês! (infelizmente, não tenho como) Acredito que literatura não seja negócio e nunca tive intenção de ganhar dinheiro com esse projeto.
Só quero que vocês sintam prazer em ler, minha pretensão de retorno: um sorriso, e todo o trabalho já valeu a pena.
Eu queria mesmo era poder dar um exemplar para todos vocês! (infelizmente, não tenho como) Acredito que literatura não seja negócio e nunca tive intenção de ganhar dinheiro com esse projeto.
Só quero que vocês sintam prazer em ler, minha pretensão de retorno: um sorriso, e todo o trabalho já valeu a pena.
Agradeço
de coração a todos que puderem estar lá comigo nesse dia. É um sonho que se
torna realidade.
Link do evento no facebook
Muito obrigado pelo apoio.
Grande abraço!
Oito.
domingo, 14 de junho de 2015
Jasmim, Marina, Michelle e Aurora
Conheci
Jasmim
em
setembro
Vestido
florido, cabelo vermelho, olhos verdes
Perfume
das mais belas rosas
Éramos
como crianças
Tudo
eram flores
Até
o último dia de dezembro
as
coisas esquentaram e ela fugiu
Marina
chegou
em
janeiro
Vestido
amarelo, cabelo loiro, olhos azuis
Trazia
consigo a brisa do mar, um ar dourado
O
calor da paixão
Até
o último dia de março
as
coisas esfriaram e ela me escapou
Quando
eu perdia as esperanças
surgiu
Michelle
Calça
vermelha, blusa preta, colar dourado, usava óculos
cabelos
e olhos castanhos como as folhas que caíam
Toda
a paz que eu precisava
Cantando
suavemente para mim
Até
o último dia de junho
minha
felicidade virou árvore sem folhas
Passou
uma ventania
e
Michelle foi com ela
Foi
pra frente e me deixou pra trás
Aurora
chegou fria como julho
Calça
jeans, casaco branco, cachecol azul, cabelos e olhos pretos
Ás
vezes o amor surge como gelo na água
Nunca
fui tão mal amado
Em
agosto fui embora
Desisti
de tudo
do
amor
da
vida
de
você
Até
setembro,
Conheci
Líria
...
terça-feira, 19 de maio de 2015
Scorpion Sting
I was bitten by a scorpion
My thoughts are numb
I cannot think clearly
It took all my senses always
Nevertheless,
It felt so good
Bitten a little more every
day
One, two, thirteen times
Until the final sting
Then I fell down
I fell down between the
clouds
It dazzled my mind not at
once
It amazed me as the days go
by
Thus before I could realize
I was not even able to move
at all
Trapped by the scorpion
My mind was fixed
I could not run
But it felt so good
Dear scorpion
Come here
Bite me one more time
Do not ever leave my side
I want to be poisoned
Sting me again
Make my mind blank
Rob my senses away
Let me be your slave
So I can only feel
The
scorpion sting I crave
terça-feira, 31 de março de 2015
To my never spoken love
April second
I am writing this first
And only letter
To my never spoken love
To be delivered
Never
It was just a common day
Years ago
You entered the room
Ok
You talked to everyone
Ok
Then you smiled
Why do you have this so beautiful smile?
I went home
Pretending that nothing happened
Trying to fool myself
I cannot fall in love with you
It is strictly prohibited
But it is not my fault, you know
It is you
And that smile
It is you
And those brown eyes
That golden hair
It is you
The way you speak
The way you sing
Dance
Yours “I am mad" face
Everything you do
If I could have just one wish granted
I would have wished just a tea for two
Just a chance to show you
That I could have made you so happy
But we will never know
I am taking my never spoken love
With me, to my grave
You could have been my soulmate
But we will never know
Cannot I just utter?
You are my never spoken love
Forget about the world
My never spoken love
An have just a cup of tea with me
I do not want to take secrets to the grave
Write letters that will never be delivered
I give up this hiding game
May I die
At least I lived
Pardon me
For such foolish words
My never spoken love
Is you
I am writing this first
And only letter
To my never spoken love
To be delivered
Never
It was just a common day
Years ago
You entered the room
Ok
You talked to everyone
Ok
Then you smiled
Why do you have this so beautiful smile?
I went home
Pretending that nothing happened
Trying to fool myself
I cannot fall in love with you
It is strictly prohibited
But it is not my fault, you know
It is you
And that smile
It is you
And those brown eyes
That golden hair
It is you
The way you speak
The way you sing
Dance
Yours “I am mad" face
Everything you do
If I could have just one wish granted
I would have wished just a tea for two
Just a chance to show you
That I could have made you so happy
But we will never know
I am taking my never spoken love
With me, to my grave
You could have been my soulmate
But we will never know
Cannot I just utter?
You are my never spoken love
Forget about the world
My never spoken love
An have just a cup of tea with me
Write letters that will never be delivered
I give up this hiding game
May I die
At least I lived
Pardon me
For such foolish words
My never spoken love
Is you
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
Larguei o vício
Joguei fora o que me fazia mal
Cigarro quicando no chão
Vazio da noite
E o som dele caindo
É um baque pesado
Coração batendo atordoado
Largar o vício é foda
Você quebra as garrafas
Mas toda sexta-feira tá lá
Você queima todos os cigarros
Mas toda esquina dá pra comprar
Você foge de tudo
Mas sempre tem algo pra lembrar
Eu larguei meu vício de escrever mal
Mas ele me persegue
Larguei você na última esquina
Mas isso não se esquece
A verdade é que você larga o vício
Mas ele não te larga
Todo dia é uma luta contra a visão da garrafa vazia
A carteira sem cigarros parece tão triste
Fica um buraco no peito
E a lembrança da felicidade temporária te mata
Largar o vício é o melhor
Todos dizem
Cigarro, vodka
Qualquer que seja
Resisto a todos
Sou imortal
Larguei o vício
Mas a saudade
A saudade mata
E não dá pra largar
Larguei o álcool
O cigarro
Tudo que me fazia mal
Mas a saudade mata
E não dá pra largar
Crise de abstinência
Passageira
Vou te escrever pra fora
Jogar num papel
Tirar da cabeça e do coração
Uma hora passa
Larguei o vício
Não volto mais atrás
Cigarro quicando no chão
Vazio da noite
E o som dele caindo
É um baque pesado
Coração batendo atordoado
Largar o vício é foda
Você quebra as garrafas
Mas toda sexta-feira tá lá
Você queima todos os cigarros
Mas toda esquina dá pra comprar
Você foge de tudo
Mas sempre tem algo pra lembrar
Eu larguei meu vício de escrever mal
Mas ele me persegue
Larguei você na última esquina
Mas isso não se esquece
A verdade é que você larga o vício
Mas ele não te larga
Todo dia é uma luta contra a visão da garrafa vazia
A carteira sem cigarros parece tão triste
Fica um buraco no peito
E a lembrança da felicidade temporária te mata
Largar o vício é o melhor
Todos dizem
Cigarro, vodka
Qualquer que seja
Resisto a todos
Sou imortal
Larguei o vício
Mas a saudade
A saudade mata
E não dá pra largar
Larguei o álcool
O cigarro
Tudo que me fazia mal
Mas a saudade mata
E não dá pra largar
Crise de abstinência
Passageira
Vou te escrever pra fora
Jogar num papel
Tirar da cabeça e do coração
Uma hora passa
Larguei o vício
Não volto mais atrás
sábado, 17 de janeiro de 2015
O final perfeito
Era
pra ser mais um desses dias comuns, mas repentinamente, não era.
Casa,
trabalho, casa.
Resolveu
falar com ela, o papo era sério, afinal, se não fosse nem teria ligado, nunca
se falavam pelo telefone.
Os
mesmos problemas de sempre voltavam a incomodar. Nessas horas ressurgem
entalados no peito aquele monte de coisas que você "perdoou",
relevou, mas nunca esqueceu. "Precisamos conversar" E foi lá na casa
dela.
As
mesmas cobranças, as mesmas brigas. Sempre, de novo, outra vez. Já chega.
Ninguém era mais feliz, era preciso colocar um ponto final nessa história toda.
Mas ele não ia conseguir, era fraco demais. Aí ele fez seu melhor esforço, deu sua
maior cartada, tudo que podia fazer. Era muito pouco, mas ele tentou.
"Eu
vou embora", ele disse. "Vou passar pelo portão, sair, entrar no
carro e ir embora... Se quiser me impedir é só me segurar, me abraçar. É só
pedir que eu fico. Não me deixa ir embora não... É só dar um passo, me segurar e
pedir que eu não vá embora"
Patético.
Esmiuçadamente explicado o que ela precisava fazer para as coisas darem certo,
e só explicar já parecia patético.
Isso
é jeito de terminar um relacionamento? Quem vai terminar assim?
Que
idiota. Foi fácil demais, dar um abraço e pedir pra ele ficar? Mas ela gostava
tanto dele. É óbvio que iria fazer isso. A coisa mais simples do mundo. Quem
não consegue olhar nos olhos da pessoa que você gosta e pedir pra ela ficar?
Era fácil demais. Não iam terminar assim...
Ela
ia pedir pra ele ficar...
Não
ia?
Nunca
iriam terminar assim...
Não
é?
Era
fácil demais, nem tinha graça. Não se consegue terminar um relacionamento desse
jeito. Quem tem coragem de deixar partir tão facilmente alguém que disse amar?
Era
só um passo pra frente, um abraço e pedir pra ele ficar. Qualquer um pode fazer
isso, nem precisa gostar muito, sério. Ia dar tudo certo.
Ele
deu um passo pra trás. Estava indo embora... É agora...
Dois
passos pra trás, enquanto olhava para ela.
Estava
parada ainda.
Os
dois chorando, ele virou as costas.
Esperou
mais uns segundos, e nada.
Deu
um passo pra frente, para longe dela.
Ainda
nem tinha chegado no carro, ainda dava tempo.
Mais
dois passos, tinha chegado no carro.
Colocou
a mão na porta.
Olhou
para ela.
Parada.
Os
dois choravam como crianças.
Ela
parada.
Ele
indo embora.
Abriu
a porta.
Era
agora.
Não.
Ela
continuou parada.
Entrou
no carro.
Bateu
a porta.
Olhou
pra ela uns segundos lá de dentro.
Ela
continuou parada.
Sem
fazer nada.
Ele
virou a cara.
Deu
ré.
Parou
o carro uma última vez e olhou pra ela.
Era
agora.
Não.
Ela
não fez nada.
Ele
foi embora.
Acho
que no fundo, no fundo ele já sabia que ia ser assim. Ela só ficou parada e não
fez nada mesmo. A vida não é um conto de fadas. Foi embora, a ficha caiu. Não
iam voltar mais. Foi embora e repentinamente... Eram livres. Terminou aquilo
que os fazia tão mal. Deu tudo certo. Final mais feliz, impossível.
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