Nosso Castelo de Cartas

Nosso Castelo de Cartas

domingo, 11 de outubro de 2009

Crepúsculo tardio

Solidão é um prato
Que se come vazio
As aparências enganam
E juntos
Somos ninguém.

O pior de tudo é saber
Que alguém veio
Pra tomar um café

É noite
Eu dirijo sozinho
A morte viaja ao meu lado
As folhas caem
O tempo passa

É frio
Eu me cubro sozinho
A morte dorme ao meu lado
A chuva cai
A areia desce

Me vê mais uma cerveja
E vamos ser felizes
Todos juntos
Alegres

Me de mais um copo
E vamos todos deitar
Juntos
Em um emaranhado de sorrisos
Infames,
Infantis.

Caem as máscaras
Dos mentirosos
Caem as preocupações
Dos desesperados
Caem as esperanças
Dos necessitados

E o pior de tudo
E ver-te tu, a si mesmo, do teu lado
Dentro e fora ao mesmo momento
Único
Transparecido e refletido
Ao mesmo tempo
Entre vidros e carvalhos
Negros

E o pior de tudo e saber
Que solidão
Não é estar sozinho
E não estar com alguém
Solidão,
É saudade.

Caem as máscaras,
De sorrisos infames,
Infantis.

Cai a terra azul
Por trás da parede de vidro

Derrame-se em teu velório
Caiu um copo,
De café.

Cai meu rosto, sobre o chão.
Caiu em tuas mãos
O crepúsculo tardio,
A nobreza perdida
O sentimento ilhado
Deste coração.

Um comentário: