Nosso Castelo de Cartas

Nosso Castelo de Cartas

quarta-feira, 21 de abril de 2010

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Tempo de escrever

Tempo de escrever
Tempo de recomeçar
De não parar
De seguir,
De ir.
De voltar,
Pra frente

Tempo de entender
De explicar
De notar
De ver
De tentar compreender
Que depois de tanto tempo.
De tantas perguntas.
É tempo de calar.

Tempo de...
Acreditar
Que por mais que você faça
Ou deixe de fazer
O tempo passa
Simplesmente assim

Como passa agora
Enquanto eu escrevo
Enquanto você lê
Enquanto para sempre
Agora eternamente já se foi
Sempre em um segundo será
Ou já durante algo que não segue

Pelas dúvidas que circundam sua mente
Por tudo que o faz parar mesmo estando em movimento
Por tudo que o faz mover-se mesmo estando parado
E digo-lhe

Não mais nada a dizer
Nada a comentar
Porque o universo é perfeito
Com cada coisa em seu lugar

Tempo de escrever
Tempo de continuar
Agora foi sempre
O ontem do amanhã

Será hoje ou
Nunca
Será




Eternamente

Como o tempo
Será
Eternamente

Como é
Tudo
Será

Eterno

Como sempre foi
Apenas lembre-se,
Você sabe
Por que a palavra escrita sozinha
Perdida no verso de cima
Ainda está em sua cabeça
Isto é porque com certeza
Ela significa
Algo

Algo importante
Que você não consegue lembrar
Mas o tempo
O tempo já sabe
Que é tempo
De recomeçar
Que é tempo
De escrever

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Um poema perdido, de algum mês perdido, em algum ano perdido. Num cd perdido, por aí.

Mas não foi um tempo perdido.

8.

"Sempre... Sempre aqui."

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sábado, 10 de abril de 2010

Diário de um poeta sem pena, ou tinta.

Sábado, 10 de Abril de 2010. Nada mais parece fazer sentido.

Ele morreu, já nem sei mais a quanto tempo. Os dias passam como areia que se arrasta pela ampulheta claustrófobica. O mundo é uma prisão.

Eu digito o texto e minutos depois ele surge do nada na tela. Meu computador me dizia que era 1º de Maio, e eu quase acreditei. Ps. - de 2006.

Ele morreu. E fui eu que o matei. Agora é tarde demais. Como a sombra da minha alma que vaga sem sentido por qualquer lugar, me despeço.

Vou deixar essa máquina de datilografar aqui. Sozinha. Não há muito que possa fazer por ela. Mas ela me permitiu deixar nas estrelas as minhas últimas palavras de Adeus. Ele caminha só. O azul de seu céu, de seu teto está perdido. E o asfalto nos seus pés, o gesso em sua cabeça, o tiraram a liberdade.

Sem mover-se um metro. Ele foi de Everest à Viagem ao Centro da Terra. Porém esqueceu-se do novelo de Ariadne.

A prata que se alinha gradualmente chega ao seu fim.

Sua espada, fincada na terra.

Descanse em guerra. As palavras em sua lápide

Começa a busca pela pena da fênix.

Porque todo fim, é um começo.